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    Facebook se vê cada vez mais perto do YouTube em vídeos

    BRUNO ROMANI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    20/07/2015 02h08

    Há 10 anos, o YouTube é o rei dos vídeos na internet. Pela primeira vez, porém, esse domínio pode estar ameaçado por um concorrente de peso. Além de maior rede social do mundo, o Facebook quer ser também o principal local de vídeos na rede.

    Em outubro do ano passado, Mark Zuckerberg já dava indicações dos rumos que a sua empresa tomaria.

    Em uma reunião com investidores, declarou: "No futuro, quando as conexões melhorarem e a capacidade de capturar e compartilhar vídeos evoluir, muito do conteúdo que as pessoas compartilharão será em vídeo. É muito atraente".

    Desde então, o Facebook botou em prática uma frenética estratégia para melhorar o seu serviço de vídeos. Primeiro, passou a dar mais peso para conteúdos em vídeos no feed dos usuários. Repare como você passou a encontrar mais desses filmes.

    Em março, lançou uma ferramenta para inserir em qualquer site os vídeos publicados em sua plataforma. No mês passado, anunciou que passará a oferecer no feed mais vídeos parecidos com aqueles que você assiste em tela cheia, com aqueles que assiste com som ou com aqueles que assiste em HD.

    Deu resultado. Em abril, o os vídeos no Facebook atingiram 4 bilhões de visualizações por dia, quatro vezes a marca de 1 bilhão registrada em setembro do ano passado.

    Segundo uma projeção da consultoria Ampere Analysis, a rede social deverá ter dois terços do números de visualizações do YouTube em 2015 –2 trilhões para a rede social contra 3 trilhões do serviço de vídeos do Google.

    Além disso, o engajamento dos usuários em relação a vídeo também cresceu. Segundo a consultoria Socialbakers, em fevereiro de 2015, 70% dos vídeos que circularam no Facebook haviam sidos postados diretamente no site, enquanto o restante tinha origem em outros serviços, como o YouTube. Um ano antes, a proporção era de 25% de arquivos postados diretamente e 75% com origem externa.

    Para não ficar apenas nos vídeos amadores, o Facebook revelou que vai começar a repartir com criadores de conteúdo a receita vinda de anunciantes. O site adotará um sistema parecido com o do YouTube, no qual 55% do dinheiro fica com os criadores e 45% fica com a plataforma.

    A mesma porcentagem estaria sendo oferecida para grandes criadores de conteúdo como a liga de basquete americana, a NBA, e o canal Fox Sports. Segundo o "New York Times", a rede social também estaria em negociação com gravadoras para a disponibilização de videoclipes no feed.

    O interesse em música faz sentido. No YouTube, a categoria musical é a mais acessada. A lista dos dez vídeos mais assistidos no Brasil durante os dez anos de YouTube tem dez vídeos musicais, incluindo artistas como Justin Bieber, Psy, Luan Santana, Michel Teló e Anitta.

    Além do dinheiro, o Facebook está melhorando os dados sobre o consumo de vídeos para os donos de páginas, o que deve atrair ainda mais gente interessada em faturar na plataforma.

    "ROUBO"

    O crescimento do Facebook vem incomodando alguns donos de canais no YouTube. O motivo é que muitos vídeos que se tornam virais na rede social têm origem no YouTube e são carregados sem os devidos créditos. A prática tem até nome: "freebooting" (no Brasil, é conhecida como "kibar").

    Um exemplo: um vídeo que se tornou popular no Facebook é o de um vídeo em câmera lenta do processo de criação de uma tatuagem. Ela nasceu no YouTube com um usuário chamado Destin. Lá já teve 25 milhões de visualizações.

    No Facebook, apenas uma de suas cópias tinha 17 milhões de visualizações quando foi tirado do ar. Mas, Destin não postou o vídeo e sim o Bauer Media Group, um grupo multimídia da Europa. Com isso, o dono do vídeo deixou de ganhar dinheiro.

    O Facebook ainda não fala sobre o assunto, mas, junto com a oferta de dinheiro aos criadores, diz que terá uma ferramenta mais rápida que a do YouTube para tirar do ar vídeos com direitos autorais

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