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    Coleção de jogos da Rare leva clássicos da produtora ao Xbox One

    ANDERSON LEONARDO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    26/08/2015 02h00

    A desenvolvedora britânica Rare, fundada pelos irmãos Chris e Tim Stamper, marcou época como parceira da Nintendo na criação de games –são dela clássicos da marca japonesa como "Banjo-Tooie", para Nintendo 64, e "Battletoads", para o NES.

    Em 2002, a Rare se tornou subsidiária da Microsoft, depois de uma transação de US$ 375 milhões (em valores da época). Neste ano, em comemoração ao 30o aniversário da desenvolvedora, as empresas puseram no mercado a coletânea "Rare Replay".

    A reunião dos jogos mais marcantes do estúdio é exclusiva para Xbox One. Trata-se de um registro histórico compreensivo, ainda que incompleto, da companhia, que cresceu popular no Reino Unido e ganhou visibilidade internacional a partir da parceria exclusiva com a Nintendo, em 1994.

    A coletânea engloba 30 títulos, desde "Jetpac" (1983) –o primeiro lançamento da empresa, ainda sob o nome Ultimate Play the Game, para a plataforma Sinclair ZX Spectrum– até "Banjo-Kazooei: Nuts & Bolts" (2008).

    Também estão incluídos clássicos como "Battletoads" (1991) e "R.C. Pro-Am" (1987), e títulos que podem ser considerados contemporâneos, a exemplo de "Perfect Dark" (2000) e "Viva Piñata" (2006).

    Trailer

    Para lidar com tantos games, a Rare inteligentemente criou uma divisão entre os títulos que antecedem o console Xbox 360 e aqueles lançados para ele –originalmente ou na forma de "remakes".

    O grupo dos clássicos, indissociável, ocupa em torno de 11 Gbytes de armazenamento, enquanto os nove games restantes são instalados separadamente e podem consumir um total de 38 Gbytes. Isso permite escolher quais deles manter no Xbox One –e liberar espaço quando preciso.

    A coletânea se vale de um dos recursos do Xbox One mais importantes anunciados pela Microsoft neste ano: a chamada retrocompatibilidade, que permite jogar títulos do console anterior no da nova geração. A novidade deve ser disponibilizada para todos os donos de Xbox One em novembro.

    Sobre os títulos mais antigos, anteriores a 1996, é possível aplicar um filtro criado pela Rare que simula a imagem embaçada de uma televisão de tubo, incluindo distorções nos cantos da tela, o que torna a experiência mais fiel.

    A produtora, no entanto, poderia ter trabalhado também em manuais detalhados que explicassem como jogar esses clássicos –pequenos vídeos introdutórios, talvez. Muitos são de dificuldade elevada, e as instruções disponíveis não esclarecem seus objetivos ou como concluí-los.

    Minidocumentários com desenvolvedores e criadores, artes conceituais e trilha sonora de games e até um panorama de projetos nunca desenvolvidos também ajudam a reconstruir as três décadas de existência da Rare. Esse conteúdo extra é desbloqueado conforme o jogador ganha carimbos, prêmios por jogar um game da coleção ou vencer desafios.

    Com bom custo-benefício, "Rare Replay" torna acessível, para a geração mais nova ou aos que não tiveram a chance de viver a evolução da desenvolvedora britânica, uma porção da história dos videogames.

    *

    DEPOIMENTO

    Um dos cartuchos de Nintendo 64 que meu irmão caçula e eu mais alugávamos em uma locadora de games perto de casa era "Banjo-Tooie".

    Meu irmão tinha uma "paixonite" pela aventura do urso Banjo e seu fiel escudeiro, o pássaro Kazooie, produzida pela desenvolvedora britânica Rare. Ainda assim, nunca compramos o jogo. A locadora faliu, deu lugar a uma lojinha de roupas e, eventualmente, trocamos nosso 64 por um Wii, também da Nintendo.

    Naquela época, porém, a Rare já era subsidiária da Microsoft. Isso fez com que a sequência da franquia "Banjo-Kazooie" fosse lançada apenas para o console Xbox 360. Ou seja, era um adeus nosso à série.

    Em 2014, enfim abandonamos a Nintendo e migramos para o Xbox One. O leitor pode imaginar, então, a alegria de meu irmão quando a coletânea "Rare Replay" foi anunciada.

    Mas a verdade é que, em meio a nostalgia e aos jogos contemporâneos, cada jogador vai experienciar a coleção de forma diferente.

    Para meu irmão, só a franquia "Banjo-Kazooie" interessa; para mim, é uma oportunidade única de conhecer, pela primeira vez, títulos que antecederam produções atuais.

    *

    "RARE REPLAY"
    DESENVOLVEDORA Rare
    PLATAFORMA Xbox One
    AVALIAÇÃO Bom

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