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    Escândalo derruba executivo-chefe do site de traições Ashley Madison

    DE SÃO PAULO

    28/08/2015 11h42

    Bobby Yip - 28.ago.13/Reuters
    Noel Biderman posa em cama de hotel após entrevista em Hong Kong
    Noel Biderman posa em cama de hotel após entrevista em Hong Kong

    A empresa Avid Life Media anunciou nesta sexta-feira (28) que Noel Biderman, presidente-executivo da companhia –dona do site de traições Ashley Madison, envolvido em polêmicas nas últimas semanas– deixou o cargo.

    "Esta mudança permite que nós continuemos a prover apoio aos nossos usuários e nossos dedicados funcionários", disse a companhia sediada em Toronto por meio de comunicado.

    O sucessor do cargo de liderança ainda será decidido pela empresa –até lá, a "equipe sênior de gerência" será responsável por sua condução.

    No dia 18, um grupo de hackers divulgou dados de milhões de usuários do site de promoção de relações extraconjugais, incluindo e-mails cadastrados e até informações de cartões de crédito.

    Entre os desdobramentos do vazamento, a polícia canadense disse que duas pessoas se mataram no país. Nos EUA, foi iniciada uma ação judicial pela Corte Federal da Califórnia contra a empresa.

    O conteúdo de e-mails que foram divulgados pelos hackers levou a descobertas controversas. Uma delas é a de que os usuários que pagavam uma taxa para ter todos os seus dados apagados não eram atendidos nesse pedido, ainda que fossem cobrados.

    Biderman, junto com o diretor tecnológico da companhia, chegaram a cogitar invadir uma companhia concorrente, o site Nerve.com, após uma falha de segurança ter sido descoberta no sistema da rival.

    O executivo, que se autointitula "o rei da infidelidade", tornou-se presidente da Avid Life Media em 2007. Antes disso, havia trabalhado nas empresas Move, de anúncios imobiliários on-line, e JumpTV, de mídia digital, segundo o site TechCrunch.

    Em entrevista à Folha em 2012, Biderman afirmou que "o sucesso no Brasil é por causa do apetite feminino". " A porcentagem de mulheres cadastradas no país foi maior do que em qualquer outro país."

    O site Daily Dot revelou que a companhia planejava lançar um aplicativo intitulado What's Your Life Worth ("o que vale sua mulher"), que permitiria aos usuários dar notas às cônjuges dos demais.

    A Impact Team, equipe responsável pela devassa, afirma ter sido motivada por ética: "Pode ser que ataquemos outras empresas que lucrem com a dor dos outros, segredos e mentiras", disseram membros do grupo ao site Motherboard.

    "Estamos ativamente nos ajustando após o ataque por criminosos ao nosso negócio e aos nossos usuários", disse a Avid Life Media. "Cooperamos com autoridades internacionais no esforço para que seja feita justiça com os responsáveis pelo roubo de informações."

    Para John McAfee, que fundou a companhia de segurança digital McAfee, hoje pertencente à Intel, o vazamento foi originado de dentro da empresa, e não consequência de uma invasão exclusivamente remota.

    "Há informações de bases de dados MySQL, por exemplo", disse ao International Business Times. "Fica claro que o invasor tinha conhecimento íntimo de todos os programas que eram usados pela companhia, algo raro para hackers."

    O Ashley Madison diz ter cerca de 40 milhões de usuários.

    Segundo a revista "Hollywood Reporter", uma série de TV sobre o caso está sendo produzida e pode ser lançada em breve nos EUA.

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