• Tec

    Saturday, 04-May-2024 17:30:31 -03

    Criadores digitais

    Em ambiente incerto da web, criadores e anunciantes ainda procuram rumo

    FELIPE GIACOMELLI
    MATEUS LUIZ DE SOUZA
    YURI GONZAGA
    DE SÃO PAULO

    24/09/2015 02h00

    A palestra de Rosana Hermann, "Na Era da Impermanência", no fim da noite de ontem (23) no youPIX CON, resume bem o cenário dos criadores de conteúdo atuais. Tudo é muito incerto e muda muito rápido no ambiente digital. "Acostume-se. A única coisa permanente na internet é a impermanência", afirma a jornalista, referindo-se à efemeridade dos conteúdos, que tem em seu ápice o Snapchat.

    Mas, se tem um caminho que é apontado como tendência, esse caminho é o vídeo. Mais especificamente, o YouTube. A rede é vista não só como a principal plataforma para ganhar dinheiro, mas também de produzir conteúdo no geral.

    O vídeo na internet pode parecer diferente do que é difundido pela TV, mas, na verdade, vivemos apenas uma transição do suporte para a rede mundial de computadores, na opinião do palestrante Carlos Merigo, do Brainstorm9. "Sempre vimos mais televisão do que lemos livros, e isso continuará sendo verdade", diz.

    Esse modelo pode ser ameaçador a quem não se adaptou ao algoritmo ou à formatação que tem ganhado mais popularidade, como a de videologs opinativos que evitam temas mais polêmicos. Além disso, canais antes preponderantes viram o número de concorrentes crescer bastante –caso de PC Siqueira, que agora encara o YouTube como uma grande gincana, como disse em entrevista à Folha antes do youPIX CON, do qual foi um dos palestrantes.

    Além disso, os diversos publicitários e agentes das estrelas digitais usam o YouTube como trampolim para ganhar dinheiro com eventos, lojas on-lines ou até mesmo através de meios analógicos, como o livro. Caso do youtuber Christian Figueiredo, 21, do canal "Eu Fico Loko", que já tem dois livros lançados com 300 mil exemplares vendidos.

    "Infelizmente, a maior parte dos criadores [no YouTube] hoje cuida de toda a parte criativa e também da comercial. Mas eu acho que não dá para você terminar o dia e ficar se preocupando em responder e-mail de empresário, diz Figueiredo.

    Bruno Poletti/Folhapress
    O apresentador e vlogueiro PC Siqueira
    O apresentador e vlogueiro PC Siqueira

    Apesar disso, com dez anos de YouTube, os publicitários reclamam que seus clientes, grandes empresas (ou nem tanto) que compram anúncios, ainda não entenderam que o público da internet é outro e seguem apostando em propagandas on-line em formato banner (ou nos demais formatos via Google) e em outros anacronismos, como o uso de atores famosos na TV para campanhas no YouTube.

    Esses anacronismos, por outro lado, funcionam para alguns blogueiros, por exemplo: Mauricio Cid, do site "Não Salvo", faz pegadinhas e "revela talentos", à la programa de auditório televisivo, para bombar posts na internet.

    Em um cenário tão incerto, em que internautas podem detestar informação, como afirmou Phelipe Cruz, criador do "Papelpop", em uma das mesas do youPIX CON, e que o comportamento da pessoa depende da rede social em que ela está, a maior pergunta que ronda todos os criadores de conteúdo é como se tornar relevante no ambiente digital.

    São vários os caminhos, mas uma alternativa ainda pouco explorada é a preocupação cada vez maior com o mobile –que está dominando o modo como o conteúdo é consumido on-line. Fernando Luna, sócio da "Trip", afirma que a criação de um novo conteúdo deve ser pensada primeiro neste tipo de plataforma. "É do mobile para o resto de agora em diante."

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024