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    Twitter troca algoritmos por humanos para filtrar conteúdo e tentar alçar voo

    BRUNO SCATENA
    DE SÃO PAULO

    15/10/2015 16h25

    A depender dos internautas brasileiros, Jack Dorsey, cofundador e novo presidente do Twitter, pode ter esperanças. Uma pesquisa feita pela companhia mostra que 94% dos usuários de redes sociais no Brasil acessam esse tipo de site todos os dias. Os que têm hábito de compartilhar conteúdo somam 88%.

    O problema é que eles não necessariamente usam o Twitter, rede que tem patinado na casa dos 300 milhões de contas ativas e encontrado dificuldades para manter o público interessado. O Facebook, que domina o setor, tem 1,5 bilhão de usuários ativos.

    Reuters/Robert Galbrait
    A sede do Twitter em San francisco, Califórnia. Empresa anunciou corte de 8% dos seus funcionários
    A sede do Twitter em San francisco, Califórnia. Empresa anunciou corte de 8% dos seus funcionários

    É aí que a pesquisa com 2.000 internautas brasileiros pode se tornar, aos olhos da sede, atraente. O Brasil será o segundo país a receber o novo produto da empresa, o Moments, que chegou na semana passada às timelines dos americanos.

    Trata-se de um produto de curadoria em que gente de carne e osso, no lugar de algoritmos, seleciona aquilo que é mais relevante entre os tuítes, fotos e vídeos postados. Batizado aqui por ora de "Momentos", inclui na conta do usuário uma nova aba, com o conteúdo selecionado pelos curadores.

    De acordo com o estudo, a principal razão (40%) para se fazer um perfil no Twitter é ficar a par dos últimos acontecimentos. Parece ser justamente para esse público, de pessoas desejosas de notícias, que a curadoria foi pensada.

    "Se a gente sabe que 40% das pessoas fazem uma conta no Twitter porque elas querem ficar atualizadas sobre o que está acontecendo, então é lógico que a gente tem que pensar em uma experiência rica e que sacie essa necessidade de maneira muito simples", diz o diretor editorial do Twitter para América Latina, Leonardo Stamillo, em entrevista à Folha.

    É ele quem vai dirigir a equipe de curadores de conteúdo brasileira.

    "Nós estamos sempre tentando entender melhor o padrão de consumo do usuário. Quem são eles e como estão se relacionando com a plataforma, o que estão buscando. Isso é fundamental para que a gente desenvolva esses produtos", afirma.

    CÁPSULAS

    Stamillo diz que a pesquisa com internautas brasileiros não foi feita especificamente para a introdução do Moments no país. O estudo foi conduzido em maio deste ano, e o produto estava sendo desenvolvido meses antes. Mas alguns de seus dados podem dar a medida do potencial da plataforma.

    Bruno Scatena/Folhapress
    O diretor editorial do Twitter para América Latina, Leonardo Stamillo. Ele vai dirigir um grupo de curadores de conteúdo do microblog
    O diretor editorial Leonardo Stamillo e a hashtag que estampa parede na sede paulista do Twitter

    No novo recurso, os assuntos são divididos em "cápsulas", um pequeno conjunto de conteúdos considerados relevantes a respeito de um determinado tema. Ao clicar na aba Moments, o usuário irá para uma espécie de página das principais notícias, divididas pelos assuntos, tudo isso organizado pela equipe de curadores.

    O usuário pode optar por seguir as cápsulas e, assim, o conteúdo delas aparece diretamente na timeline.

    Pode haver uma cápsula para filmes, outra para música e mais uma para futebol, por exemplo. O Moments, nesse contexto, poderia capitalizar grupos de interesses revelados pela pesquisa. Nela, 29% de quem acessa redes sociais no Brasil dizem ter filmes como principal área de interesse. Música fica em segundo lugar (26%), seguida pelo esporte bretão (25%).

    "A gente está entendendo, depois do lançamento nos Estados Unidos, como é que as pessoas estão usando o produto", diz Stamillo. "O Jack [Dorsey] disse que o Twitter precisava evoluir para uma plataforma que fosse tão simples quanto abrir uma janela. Com o Moments, agora nós temos essa janelinha."

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