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    Óculos de realidade virtual da Samsung chegam ao Brasil por R$ 800

    BRUNO SCATENA
    DE SÃO PAULO

    11/11/2015 02h25

    Divulgação
    A nova geração do Gear VR, óculos de realidade virtual que chegam ao Brasil em dezembro
    A nova geração do Gear VR, óculos de realidade virtual que chegam ao Brasil em dezembro

    A Samsung vai colocar, pela primeira vez, um dispositivo de realidade virtual no mercado brasileiro. Com previsão de desembarcar no meio de dezembro a R$ 799, a segunda geração do Gear VR, no entanto, deve enfrentar as dificuldades inerentes aos desbravadores.

    Mesmo nos Estados Unidos, a realidade virtual ainda briga para se emancipar do círculo dos chamados "early adopters" –consumidores que não esperam que novidades tecnológicas se consolidem para começar a usá-las. O novo aparelho terá a missão de ampliar, no Brasil, um público ainda mais restrito.

    A consultoria IDC fez uma pesquisa com mil pessoas sobre aparelhos vestíveis, categoria na qual se encaixam os relógios inteligentes, e 80% delas não sabiam do que se tratava. Os aparelhos de realidade virtual, da maneira que chegam ao mercado hoje, são um desenvolvimento ainda mais recente que os smartwatches –e com disponibilidade ainda menor.

    A versão para consumidores do Rift, primeiro headset a ganhar popularidade, só chega ao mercado em 2016. O dispositivo, ainda em desenvolvimento, nasceu como um protótipo da Oculus VR, empresa comprada pelo Facebook em março de 2014 por US$ 2 bilhões.

    Sony e a desenvolvedora de jogos Valve também não começaram a vender seus aparelhos. Além disso, o conteúdo produzido para essas plataformas ainda deve demorar a chegar, o que pode afastar os usuários que preferem tecnologias mais consolidadas.

    Para tentar mitigar o efeito de um paradigma ainda pouco maduro, a Samsung traz para o Brasil o Gear VR com cerca de 150 ofertas de conteúdo, incluindo mais de 50 jogos. "Em 2014, não havia quase nada de conteúdo de realidade virtual. Este cenário está mudando. Vamos ter o fortalecimento do entretenimento, em primeiro lugar, e ainda estamos descobrindo outras aplicações", disse à Folha Roberto Soboll, que dirige a divisão de dispositivos móveis da empresa sul-coreana no Brasil.

    Outra aposta estratégica da Samsung é seguir o modelo do Google Cardboard, óculos de realidade virtual feitos de papelão, em que se encaixa um smartphone rodando Android. Só que, no caso do Gear VR, os aparelhos são os celulares topos de linha da própria fabricante do headset: o Galaxy S6, o S6 Edge, o S6 Edge+, e o Note 5. Comprar o Gear VR requer que se tenha também um desses dispositivos.

    Em 2014, a primeira geração do aparelho de realidade virtual já requeria pelo menos um Note 4, prova de que o modelo de co-dependência estava no fundamento da solução da Samsung desde a gênese, embora não se soubesse, ao certo, aonde chegariam com ela.

    "O ano passado serviu quase como uma provocação, mais do que um fim comercial. Não havia conteúdo para plataforma, mas se mostrou que havia uma grande empresa apostando na tecnologia", disse Soboll. "Isso encoraja o criador de conteúdo a apostar também."

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