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    paris sob ataque

    Rival do WhatsApp apaga canais com conteúdo do Estado Islâmico

    DE SÃO PAULO
    DA REUTERS

    19/11/2015 15h44

    TechCrunch
    Pavel Durov, fundador do Telegram, fala em conferência do site especializado TechCrunch
    Pavel Durov, fundador do Telegram, fala em conferência do site especializado TechCrunch

    O Telegram, aplicativo de mensagens concorrente do WhatsApp, anunciou nesta quarta-feira (18) que fechou 78 canais supostamente ligados à milícia radical Estado Islâmico. Diferentemente dos grupos do WhatsApp, os canais do Telegram foram projetados para serem públicos, com número ilimitado de assinantes e endereço próprio na internet.

    "Nós ficamos chocados de saber que canais públicos no Telegram estavam sendo usados para espalhar propaganda do Estado Islâmico", disse a empresa que desenvolve o aplicativo em seu canal oficial. "Nós estamos cuidadosamente revisando todas as denúncias que estamos recebendo e tomando as medidas apropriadas para bloquear esses canais."

    Tuíte do Telegram sobre o EI

    O Telegram emergiu como uma importante nova plataforma promocional e de recrutamento para o Estado Islâmico –a ferramenta se promove como sistema "altamente criptografado" para conversas privadas, além de não armazenar dados. Criado dois anos atrás, fez sucesso em muitas partes do mundo como uma maneira segura de fazer um upload rápido e compartilhar vídeos, textos e mensagens de voz de modo supostamente mais seguro. Ele conta com 60 milhões de usuários ao redor do mundo.

    Os canais de transmissão, que são abertos, foram introduzidos em setembro e se tornaram o método preferido para o Estado Islâmico transmitir notícias e compartilhar vídeos de vitórias militares ou sermões, de acordo com pesquisadores de segurança. A milícia radical transformou o Telegram em seu porta-voz de mídia, frente ao aumento agressivo de esforços para bloquear o grupo no Twitter e em outras redes sociais.

    Alex Kassirer, um analista contra o terrorismo da empresa privada de inteligência Flashpoint, sediada em Nova York, disse que o EI usa os canais de transmissão do Telegram para enviar mensagens que visam o recrutamento, a inspiração e a motivação.

    Em entrevista ao site especializado em tecnologia "TechCrunch", o russo Pavel Durov, fundador da empresa que controla o aplicativo, disse reconhecer que radicais estivessem usando a plataforma para propaganda, mas que a companhia devia continuar protegendo a privacidade dos seus usuários.

    "Eu não acho que devemos nos sentir culpados", disse Durov. "Eu ainda acho que estamos fazendo a coisa certa –protegendo a privacidade."

    Depois que o "TechCrunch" publicou a informação de que o Telegram estava bloqueando canais ligados ao Estado Islâmico, Durov enviou resposta ao site ponderando a questão: "[Os canais] nada têm a ver com chats privados e privacidade. Na verdade, eles são o oposto: são mensagens publicamente disponíveis, mais como o RSS [sistema de envio de notícias usada por muitos sites]", diz o russo.

    "Eles [os canais] requerem uma abordagem completamente diferente. Mas os chats privados eram e continuam sendo sagrados para nós. Não haverá mudança de atitude sobre eles."

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