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    Facebook lança guia contra bullying para pais, professores e adolescentes

    JÚLIA BARBON
    DE SÃO PAULO

    16/02/2016 15h24

    Reprodução
    Facebook lança guia contra bullying para pais, professores e adolescentes
    Página inicial da Central de Prevenção ao Bullying

    Cerca de uma semana depois de a lei de combate ao bullying entrar em vigor no Brasil, o Facebook lançou, nesta terça (16), uma espécie de guia para evitar o problema.

    Chamado de Central de Prevenção ao Bullying, o site reúne dicas de como adolescentes, pais e educadores devem lidar com ataques na rede –e no mundo concreto.

    O manual foi feito em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a ONG SaferNet, que promove os direitos humanos na internet, e não é preciso ter uma conta na rede social para acessá-lo.

    "O Facebook já conta com políticas para evitar ou punir o bullying, mas essas medidas acontecem depois que o bullying já ocorreu. Agora estamos investindo na conscientização e prevenção", diz Bruno Magrani, diretor de políticas públicas da empresa no país.

    Em 2014, 15% dos usuários de internet de 9 a 17 anos disseram já terem sido tratados de forma ofensiva na rede, de acordo com a pesquisa Tic Kids Online, do Comitê Gestor da Internet do Brasil. O Facebook não tem dados públicos de quantas denúncias do tipo a rede social já recebeu, segundo Magrani.

    Um dos focos do novo projeto é dar a essas crianças e adolescentes as ferramentas para combater o problema com as próprias mãos.

    "É importante desmistificar a ideia de nativo digital", diz Rodrigo Nejm, diretor de educação da SaferNet Brasil. "Às vezes a gente confunde uma suposta capacidade de manusear a técnica com a capacidade crítica, a maturidade da criança."

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    Facebook lança guia contra bullying para pais, professores e adolescentes
    O site tem seções específicas para adolescentes, pais e educadores

    COMO SURGIU

    O Brasil não foi o primeiro país a ter a plataforma. O projeto foi criado pelo Facebook em 2013, nos Estados Unidos, com a ajuda da Universidade Yale, e atualmente existe em 52 países.

    O que a empresa fez foi traduzir o material do inglês para o português e adaptá-lo à cultura brasileira –essa última tarefa contou com a ajuda das outras duas instituições.

    Uma das mudanças foi a inclusão de dicas para os próprios agressores: na versão brasileira existe uma seção "Fui acusado de bullying", que incentiva o ofensor a pedir desculpas e procurar amigos ou adultos de confiança para conversar.

    Versões de outros países, por exemplo, apenas aconselham a vítima a dialogar com o agressor, o que não funcionaria por aqui porque poderia estimular mais hostilizações, segundo a representante do Unicef Gabriela Mora.

    Além do site, o projeto prevê visitas da SaferNet a pelo menos dez escolas –ainda não definidas–, nas cinco regiões do Brasil, para distribuir o novo material e debater a segurança online.

    "Na verdade, esse trabalho de prevenção é uma coisa que a SaferNet sempre fez", diz Rodrigo Nejm. "A gente batia bastante nesta tecla: por que o Facebook, uma rede social em que a grande maioria dos adolescentes brasileiros está, não tinha uma política do tipo no país?"

    A ONG oferece um canal para ajudar para quem sofreu ofensas online, o Helpline, e um conjunto de cartilhas para adolescentes e educadores. Outro manual já existente para combater o cyberbullying é o Internet Sem Vacilo, do Unicef.

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