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    Rede 5G, com internet mais rápida, é a nova fronteira da tecnologia

    MARK SCOTT
    DO "NEW YORK TIMES"

    26/02/2016 01h23

    Nos arredores da sonolenta Guildford, ao sul de Londres, planos estão em andamento para construir a rede de telefonia mais rápida do mundo.

    O trabalho está sendo realizado na Universidade de Surrey, um campus arborizado. Ali pesquisadores e algumas das maiores companhias de tecnologia, incluindo a Samsung e a Fujitsu, estão colaborando para oferecer internet móvel com velocidade 100 vezes mais rápida que qualquer coisa disponível atualmente.

    Seu trabalho na chamada quinta geração, ou 5G, de tecnologia sem fio está previsto para terminar no início de 2018 e permitirá, por exemplo, que estudantes consigam fazer o download de filmes inteiros em seus smartphones ou tablets em menos de cinco segundos –com 4G, downloads do tipo são feitos em oito minutos.

    Empresas também poderão conectar milhões de dispositivos –incluindo relógios inteligentes e pequenos sensores para aparelhos domésticos– à nova rede de celular, e fabricantes terão o potencial de testar carros que se dirigem sozinhos nos arredores do campus.

    "Boa parte da tecnologia já funciona em um ambiente laboratorial", disse Rahim Tafazolli, diretor do centro de pesquisa da universidade que supervisiona o projeto do 5G –que conta com 70 poderosas antenas de rádio no campus. "Agora, nós temos que provar que ela funciona na vida real."

    Tom Jamieson/The New York Times
    Funcionário mexe em antena de um projeto de pesquisa sobre 5G, na Universidade de Surrey, Inglaterra
    Funcionário mexe em antena de um projeto de pesquisa sobre 5G, na Universidade de Surrey, Inglaterra

    O trabalho feito por Tafazolli e seu time coloca-os no coração de uma corrida aquecida. Abastecida pelo insaciável apetite das pessoas para acessar vídeos, redes sociais e outros entretenimentos em seus dispositivos móveis, muitas das maiores operadoras do mundo, como AT&T e NTT DoCoMo do Japão, estão correndo para serem as primeiras a oferecer a próxima geração de rede sem fio ultrarápida.

    A competição levou a pesquisas de bilhões de dólares de empresas que fazem equipamentos para telecomunicação, como a sueca Ericsson ou a chinesa Huawei, que esperam garantir contratos lucrativos para atualizar a infraestrutura da rede móvel de operadoras como AT&T, dos Estados Unidos, e China Mobile, na Ásia.

    Esses planos foram acelerados com a entrada dos gigantes da tecnologia, incluindo o Google, considerando como ambição pessoal ter a internet mais rápida.

    "Todos estão correndo para demonstrar que eles são os jogadores principais para o 5G", disse Bengt Nordstrom, co-fundador da Northstream, uma empresa de consultoria em Estocolmo.

    Muitas empresas anunciaram demonstrações –como carros autônomos, drones controlados remotamente, e robôs– para mostrar sua credibilidade com a tecnologia.

    "Se nós perdemos a chance de fazer nossas redes relevantes vai ser um desastre", disse Ulf Ewaldsson, diretor de tecnologia da Ericsson. "A questão de um milhão de dólares é: Como será a rede 5G?"

    Apesar dos esforços das companhias de se superarem, a pergunta permanece sem resposta.

    Um padrão global para o 5G não estará disponível antes de 2019. Companhias ao redor do mundo precisarão concordar em como suas redes vão conversar uma com a outra para que as conexões dos usuários não fiquem irregulares quando viajando para o exterior, por exemplo. Isso envolve longas negociações sobre qual tipo de ondas de rádio serão usadas, assim como outros complicados acordos globais, que podem levar anos.

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