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    Comparados ao Orkut, novos botões do Facebook dividem opiniões

    RENATA HELENA RODRIGUES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    29/02/2016 02h00

    Reprodução
    Facebook Reações. Botões
    Novos botões do Facebook permitem que usuários expressem reações como tristeza e surpresa

    Havia tempos que os usuários do Facebook clamavam pela disponibilização do botão "não curti". As manifestações foram respondidas com uma nova ferramenta batizada de Reações, gradualmente disponibilizada pela empresa a partir da quarta (24) –grande parte dos brasileiros acessou o recurso no dia seguinte. A novidade, porém, parece não ser unanimidade entre os usuários da rede social.

    Diante das reivindicações pelo botão "não curti" (dislike, em inglês), Mark Zuckerberg, presidente-executivo da companhia, mostrou-se relutante em diversas ocasiões.

    "Algumas pessoas pedem o botão 'dislike' porque elas querem uma maneira de poder dizer 'isso não é bom', mas não é algo que achamos que seria positivo para o mundo. Não vamos construir isso", disse Zuckerberg em dezembro de 2014.

    Finalmente, depois de mais de um ano de estudos e testes, a ideia do botão "dislike" se transformou e ganhou cara de emojis. O novo recurso disponibiliza seis maneiras distintas de interagir. Antes, ao alcance de um clique, havia apenas o botão "curtir", agora é possível expressar amor (um coração), riso, tristeza, surpresa e aborrecimento.

    Com a melhoria disponível para os mais de 1,6 bilhões de usuários em todo o mundo, fica a dúvida: esse formato atende às preocupações de evitar abordagens negativas e agressivas?

    "Estou acostumada a receber, em meus posts, 67 linhas de pessoas que, ao invés de apenas discordar de forma concisa e elegante, cometem verdadeiros tratados. Essas carinhas não me afrontam em nada", diz Tati Bernardi, colunista da Folha. "Se tivesse uma reação de 'odiei sua louca' acho que ainda assim não ficaria 'de mal'."

    As novas figuras, porém, não parecem claras para alguns usuários. "Zuckerberg quer confundir a gente", diz Nikki Vargas, criadora da página "Ajudar o povo de humanas a fazer miçanga", que acumula mais de 1,6 milhão de curtidas. Para ela, além de confusos, os emojis se assemelham muito às figuras que eram apresentadas pelos perfis do Orkut.

    "Daqui a pouco, o Facebook vai ter indicadores de 100% sexy, 100% legal", brinca, fazendo referência à rede social que saiu do ar em setembro de 2014.

    "Os emojis representam a praticidade da linguagem", explica Luli Radfahrer, colunista da Folha. Segundo ele, o "curtir" do Facebook já estava enfraquecido, não supria a demanda e a ferramenta Reações, surge como um aprimoramento da rede social.

    "Agora você pode gostar, porém manifestar surpresa ou tristeza ao mesmo tempo", esclarece. É a facilidade de expressar uma opinião com apenas um clique. Nessa evolução do "like", o botão "amar" funcionaria com um "superlike", acredita ele. "É como usar um ponto de exclamação ou vários deles, você emite uma mensagem mais ou menos enfática."

    DO OUTRO LADO

    Enquanto alguns usuários se mostram confusos com o recurso, os administradores das páginas parecem entusiasmados com a novidade. "Todo mundo quer usar a ferramenta, então estamos vendo várias reações", diz Victor Freitas, da popular Diferentona, página com mais de 1,3 milhão de curtidas.

    "Eu mesmo estava dando reações diferentes pra tudo na minha timeline, só para experimentar", diz ele.

    Além das páginas pessoais, o Facebook também funciona como importante via de contato entre consumidores e empresas. Antes, curtidas e comentários eram os únicos indicativos sobre as impressões dos usuários diante do conteúdo presente nos posts das marcas. "Essa mudança dá mais controle ao público para se manifestar", afirma Fábio Prado Lima, diretor da agência AdResults, especializada em mídias sociais.

    "Gafes não serão perdoadas, com as reações a opinião dos clientes fica ainda mais em evidência", reforça.

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