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    Twitter vai continuar sem filtros e não quer ser o Facebook, diz executivo

    DE SÃO PAULO

    21/03/2016 15h48

    O Twitter comemora nesta segunda-feira (21) os 10 anos de sua criação, em 2006. Em debate na "TV Folha" nesta tarde, o vice-presidente do Twitter para América Latina, Guilherme Ribenboim, afirma que a rede "não vai se facebookizar".

    "O Twitter nasceu com esse DNA de ser uma plataforma aberta, e isso está embedado na nossa cultura", afirma o executivo.

    Também participaram da discussão o apresentador Marcelo Tas, o professor da USP e colunista da Folha Luli Radfahrer e Felipe Maia, editor-adjunto de Semanais.

    Para os convidados, um dos grandes diferenciais do Twitter é justamente a ausência de filtros: tudo que é publicado em determinado perfil é mostrado a todos os usuários que o seguem –não importa se o perfil é um simples usuário ou a página de uma empresa.

    Não existe um algoritmo que filtre as publicações, como no Facebook, no Google ou no YouTube. O algoritmo que opera no Twitter –implantado em fevereiro deste ano– funciona apenas para os tweets exibidos em destaque no começo da timeline, quando o usuário acessa o site após ter ficado ausente por algumas horas. Ao descer a página, contudo, todas as publicações voltam a aparecer em ordem cronológica reversa.

    "Existe essa tentativa de facebookização de todas as redes. Mas não é preciso escolher entre uma coisa e outra", afirma Tas.

    "A grande vantagem do Twitter com relação ao Facebook é que você escolhe quem seguir, e essa informação não vem filtrada", diz Radfahrer. "É uma agencia de noticias individual, quase como se cada um tivesse a sua própria Reuters."

    Num ambiente de polarização e grandes discussões políticas, Radfahrer avalia que a ausência de filtros pode ser uma boa forma de se deparar com várias opiniões diferentes. "Facebook e YouTube gostam de valorizar o que você gosta, o que você clica. Fica aquele ambiente de mesa de jantar, em que ninguém vai te contrariar", diz.

    Folhapress

    TEMPO REAL

    Embora tenha passado por momentos impactantes nesta década de vida, a rede –que estagnou nos 320 milhões de usuários– parece não ter mais o poder de impacto que tinha há alguns anos.

    Mas para o executivo da companhia, o poder de viralização continua o mesmo. Ribenboim cita o exemplo do jovem Renê Silva, morador do Complexo do Alemão que ficou conhecido no Brasil todo ao twittar sobre a operação do exército no local, em 2013.

    "O Twitter ainda funciona como um reloginho do tempo real, e essa é a grande virtude", diz Tas. "Em grandes aglomerações, a gente tem espaço pra colocar algo que está rolando naquela hora."

    Mas para os convidados, a plataforma continua saindo na frente quando a discussão é em tempo real.

    Outro grande momento de protagonismo do Twitter é durante a transmissão de grandes eventos ou de programas de televisão.

    Tas, que foi apresentador do programa "CQC", conta que costuma olhar o que os espectadores dizem sobre a transmissão. No Oscar 2016, a participação da atriz Glória Pires se tornou um dos grandes temas da rede –antes de chegar ao Facebook.

    "O Twitter é a plataforma de segunda tela da televisão, e isso modifica sua maneira de assistir, principalmente quando o programa é ao vivo", afirma Ribenboim.

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