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    Astros pop se queixam do YouTube junto à União Europeia

    DO "FINANCIAL TIMES"

    30/06/2016 16h01

    Astros pop que variam do Abba ao Coldplay e de Ed Sheeran a Lady Gaga escreveram à Comissão Europeia se queixando de que o YouTube, do Google, está "injustamente sugando valor" que deveria caber aos músicos e compositores.

    Mais de 1.000 bandas e músicos assinaram a carta encaminhada a Jean-Claude Juncker, o presidente da comissão, afirmando que existe uma "disparidade de valor" cada vez maior entre o crescente consumo de música —que está "explodindo"— e a receita gerada por ele.

    "A disparidade de valor solapa os direitos e as receitas daqueles que criam, investem e controlam direitos musicais, e distorce o mercado", escreveram os músicos.

    A carta é a mais recente salva em uma campanha contra o YouTube por parte dos músicos e gravadoras, que pressionam por mudanças nas cláusulas que oferecem um "porto seguro" contra processo aos serviços de vídeo on-line, caso sejam apanhados hospedando conteúdo não autorizado.

    "Essas proteções foram colocadas em vigor duas décadas atrás a fim de ajudar a desenvolver as startups digitais nascentes, mas hoje estão sendo usadas indevidamente para proteger grandes empresas que distribuem nosso trabalho e o monetizam", os músicos declararam.

    Lucy Nicholson/Reuters
    Astros pop dizem que YouTube está "injustamente sugando valor"
    Astros pop dizem que YouTube está "injustamente sugando valor"

    O YouTube, que compartilha a receita publicitária gerada pelos vídeos digitais com os artistas e as gravadoras, afirma ter pago mais de US$ 3 bilhões à indústria da música. Um porta-voz declarou que a empresa está "trabalhando colaborativamente" com o setor para "trazer mais dinheiro aos artistas".

    O sistema de identificação de conteúdo (Content ID) do YouTube localiza uploads não autorizados e oferece aos músicos e gravadoras a opção de gerar dinheiro com eles via publicidade.

    "A maioria esmagadora das gravadoras e editoras de música tem acordos de licenciamento em vigor com o YouTube e opta por manter os uploads dos fãs na plataforma e ganhar dinheiro com eles 95% do tempo", disse um porta-voz do YouTube.

    No entanto, muita gente no setor de música acredita que muita música não autorizada esteja sendo subida sem aviso.

    O Universal Music Group, o maior grupo mundial de música, que tem sob contrato astros como Taylor Swift e Sam Smith, declarou em documentos recentemente encaminhados ao Serviço de Direitos Autorais dos Estados Unidos ter contratado uma empresa independente "apenas para localizar e reivindicar conteúdo do UMG usado sem autorização no YouTube".

    A Sony Music afirmou em documentos oficiais que "incontáveis milhões de dólares em receita" jamais "seriam auferidos pela Sony devido a execuções da Sony Records que o serviço de identificação de conteúdo do YouTube não apanhou".

    O faturamento mundial com música cresceu em 3,2% em 2015, para US$ 15 bilhões, quando as vendas de música em formato digital pela primeira vez superaram as vendas de música em formato físico, de acordo com a organização setorial International Federation of the Phonographic Industry (IFPI). Foi o primeiro ano a registrar crescimento ante o período anterior em quase 20 anos, com ajuda do avanço de serviços de stream musical como o Spotify e o Apple Music.

    No entanto, a IFPI afirmou em relatório recente que o crescimento estava sendo restringido "porque as receitas não estão sendo devidamente devolvidas aos detentores de direitos".

    A disputa com o YouTube surge no momento em que os três maiores selos musicais —Universal Music Group, Sony Music e Warner Music— estão negociando novos acordos de licenciamento com a plataforma de vídeo controlada pelo Google.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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