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    Depoimento

    'Pokémon Go' não revive atmosfera de game original

    DIOGO BERCITO
    DE SÃO PAULO

    12/07/2016 17h00

    Reprodução/YouTube
    A Nintendo vai permitir que os jogadores encontrem pokémon no mundo real
    'Pokémon Go' permite que os jogadores encontrem pokémon no mundo real

    Com o celular em mãos, caminhei há alguns dias a esmo dentro do aeroporto de Madri. Quem me viu deve ter pensado que eu procurava uma rede de wi-fi. Mas confesso —eu estava caçando Pokémons.

    Tenho tentado reviver hoje, sem sucesso, a empolgação que o game original me causou há 20 anos. O fracasso não é uma questão de idade. Recentemente comprei um Game Boy antigo e me refestelei com os mesmos monstrinhos de sempre, como se ainda fosse criança.

    O problema é que, nos primeiros dias de teste, eu não tive a impressão de que estava jogando Pokémon. Capturei um Chamander dentro de casa, e um Voltorb ali perto, mas a experiência não me remeteu às lembranças dos anos 1990 e 2000.

    Pokémon Go

    "Pokémon Go" tem uma dinâmica própria. A captura das criaturas, por exemplo, não depende de luta. Basta arremessar uma Pokébola, e pronto. O que nos games originais era uma experiência emocionante —por exemplo, aprisionar o escorregadio Abra fazendo ele dormir antes de escapar– agora é uma questão de mira.

    Há, sim, a vantagem tecnológica. Em "Pokémon Go", o jogador precisa andar pela cidade para encontrar os monstrengos. Com a câmera do celular, tem-se a impressão de que os Pokémons estão ali, no mundo real. Mas, como um amigo bem observou outro dia, não nos esqueçamos: Pokémons não existem no mundo real.

    Parte do furor dos games originais era mergulhar naquele mundo que, dentro de suas próprias regras, fazia sentido. As criaturas estavam escondidas no mato. Elas eram parte da sociedade. Quando a gente jogava o anzol num lago, esperava pescar um Magikarp.

    Em "Pokémon Go", os monstros aparecem no meio da rua, sem realmente pertencer a esse universo e sem muitas explicações. A câmera pode até mostrar um Pikachu na esquina de casa. Mas, ao contrário do joguinho de 1996, não consigo acreditar nele.

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