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    Mobile World Congress

    Líderes da telefonia móvel mundial pedem fim das altas taxas de roaming

    NIC FILDES
    DO "FINANCIAL TIMES", EM BARCELONA

    28/02/2017 14h21

    Sunil Barthi Mittal, o bilionário magnata indiano das telecomunicações, apelou ao setor para que deixe de combater os esforços das autoridades regulatórias para forçar a queda das taxas de roaming, e disse que as companhias de telefonia móvel haviam criado um "desastre" por cobrarem taxas altas demais.

    Mittal, presidente do conselho da Barthi Enterprises, controladora da maior empresa indiana de telecomunicações, a Barthi Airtel, disse que a despeito de sua riqueza ele ainda usa conexão wi-fii em suas viagens internacionais para evitar "choque de preços".

    Ele foi apontado para a presidência da GSMA, a organização setorial do setor de telefonia móvel, em outubro do ano passado, e prometeu resolver a questão das taxas proibitivas de roaming durante sua gestão.

    "Temos uma rede mundial, mas muito pouca gente pode desfrutar dela", disse, apontando que os consumidores costumam desligar seus celulares ou comprar chips locais de telefonia a fim de evitar as taxas de roaming. "É um desastre que o nosso setor criou", afirmou, acrescentando que as empresas de telecomunicações não deveriam ter resistido às tentativas da Comissão Europeia para forçar a baixa do custo do roaming dentro da zona do euro.

    Ele divulgou seus comentários no Mobile World Congress, em Barcelona, evento em que ele faz um "apelo forte" ao setor pela redução das taxas de roaming em todos os países, e não apenas na União Europeia.

    CONSOLIDAÇÃO DO SETOR

    Mittal também usará a oportunidade para apelar às autoridades regulatórias por mais consolidação no setor de telecomunicações. O argumento de Mittal será que países grandes precisam de apenas três redes de telefonia móvel, e nações menores podem ser cobertas por duas, agora que o setor está considerando os pesados investimentos necessários a instalar redes 5G.

    Ele disse que as autoridades regulatórias precisavam "despertar para o fato de que mais operadoras não quer dizer mais concorrência", e que a maioria das autoridades que regulamentam concorrência e telecomunicações ainda vivem "em um mundo analógico".

    Os comentários devem alimentar a pressão por maior consolidação no setor de telecomunicações, com a Vodafone e Idea Cellular explorando uma fusão no mercado de origem de Mittal e crescentes especulações sobre uma transação que em breve poderia combinar a T-Mobile USA e a Sprint. Eles também surgem depois que as autoridades da Nova Zelândia bloquearam a fusão entre a Vodafone e a Sky Network Television em seu país e que a Comissão Europeia vetou a tomada de controle da Three sobre a rede da O2 no Reino Unido, no ano passado.

    "Para que o setor siga vibrante, precisamos que haja consolidação", ele disse.

    A GSMA também enfatizará os benefícios das redes 5G na edição do MWC deste ano, que contará com a presença de mais de 100 mil pessoas. Mats Granryd, diretor-geral da organização setorial, disse que em 2025 haverá 1,1 bilhão de conexões 5G, incluídas as conexões da internet das coisas.

    Em termos mais amplos, a GSMA espera que na metade de 2017 existam cinco bilhões de conexões de telefonia móvel, mais da metade delas em redes 3G e 4G. O número crescerá 75% até 2020, de acordo com a organização. "A banda larga móvel está mesmo decolando", disse Granryd, que estimou que US$ 700 bilhões seriam investidos na melhora de redes em todo o mundo, nos próximos três anos.

    O impacto desse investimento elevará a contribuição do setor de telecomunicações para o crescimento mundial. A GSMA antecipa que a tecnologia e serviços móveis devam responder por 4,9% do produto bruto mundial em 2020, ou US$ 4,2 trilhões, ante 4,2%, ou US$ 3,3 trilhões, no ano passado.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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    JORNALISTAS FALAM SOBRE O MOBILE WORLD CONGRESS

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