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    Teste de 'eu não sou um robô' não será mais necessário, anuncia Google

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    14/03/2017 12h00

    Não é mais necessário provar que você não é um robô —um robô pode fazer isso por você, com uma tecnologia recém-lançada pelo Google.

    O novo sistema verifica que a pessoa não é um robô sem exigir nenhuma ação, apenas com "análise de risco" e "machine learning" [aprendizado de máquina], segundo a empresa.

    É o último passo da evolução do captcha, o teste com letras disformes que surgiu em 1997 para comprovar que havia uma pessoa na frente da tela do computador.

    Os captchas começaram a mudar em 2008, quando a empresa reCaptcha pedia que os usuários identificassem textos de jornais e livros, o que realizava indiretamente a digitalização de arquivos ("impeça o spam, leia livros" era o slogan do projeto).

    A reCaptcha foi comprada pelo Google em 2009. Em 2014, foi anunciado um novo método: bastava clicar em uma caixa que diz "eu não sou um robô". A maneira que a pessoa navega na página, com o mouse e o teclado, era o suficiente para comprovar sua humanidade.

    O método subsidiário, caso o clique não funcionasse, era usar um quiz com imagens, pedindo que a pessoa identificasse padrões, como de fotos de gatos ou cachorros.

    Na última semana, foi liberada uma atualização em que o clique na caixinha não é mais necessário, algo que o Google chamou de "Invisible reCaptcha". "É invisível!", anunciou a empresa (veja abaixo, em inglês).

    reCaptcha

    SISTEMA FALÍVEL

    De 1997 até hoje, os robôs ganharam a capacidade de resolver quase todo tipo de captcha tradicional. Em 2016, pesquisadores da Universidade de Columbia apresentaram uma pesquisa demonstrando que conseguiram burlar 70,8% de todos os desafios de captchas do Google.

    O Google aposta na análise de risco do novo sistema. Quando não se sabe se o acesso vem de um robô, o reCaptcha volta aos métodos tradicionais, como os questionários com imagens. Não foram divulgados detalhes de como opera o robô invisível, nem se ele se baseia em dados externos, como estar logado ou não na conta do Google no momento.

    A novidade não significa ainda que o captcha pode ser declarado extinto, já que nem todos os sites usam a tecnologia do Google, caso do Facebook, por exemplo.

    A palavra captcha vem da sigla em inglês para "teste público de Turing completamente automatizado para diferenciar computadores e humanos". Diferente do teste idealizado pelo matemático Alan Turing, porém, é um robô que faz o teste para identificar seus semelhantes, e não um humano. Por isso, também é chamado de "teste de Turing reverso".

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