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    Apple perde mais de metade do público no Brasil em 2016

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    16/03/2017 19h27

    As vendas de celulares no Brasil caíram 16% em 2016, mas, no quarto trimestre, mostraram uma recuperação de 15% em relação ao trimestre anterior.

    Os dados são da consultoria Counterpoint, que, nesta terça-feira (14), divulgou um estudo sobre o mercado brasileiro de aparelhos de telefonia móvel.

    Contrariando a tendência do resto do mundo, onde a Apple é líder de vendas, a gigante de Tim Cook perdeu público no país, caindo de uma participação de 8,3% para apenas 3,8% do mercado no ano passado —uma perda de mais de 50%.

    A pesquisa atribui a queda de vendas da Apple ao preço alto dos aparelhos em um momento de crise. "As fabricantes que ganharam espaço foram as que conseguiram oferecer celulares menos caros", diz a empresa.

    A venda de aparelhos com tecnologia LTE (4G) aumentou em 53% em 2016, o que mostra que, apesar de haver uma queda nas vendas, a qualidade dos celulares melhorou. Cerca de 90% dos celulares vendidos eram smartphones.

    SMARTPHONES NO BRASIL - Participação no mercado das marcas de celulares no Brasil

    "O Brasil tem passado por uma crise econômica profunda que começou no meio de 2015. [....] A crise foi grave o suficiente para colocar em dúvida se o Brasil continuaria sendo o líder do mercado de smartphones na América Latina em 2016", afirmou Tina Lu, analista da Counterpoint.

    A empresa fala em uma recuperação "lenta e dolorosa" da economia do país, cujos sinais são visíveis na melhora nas vendas do último trimestre do ano passado.

    Chama atenção a presença da Motorola em segundo lugar no país, com 12,9% do mercado. A fabricante tem feito sucesso em países emergentes, mesmo não estando entre as cinco maiores empresas globais. A Índia, por exemplo, tem a Samsung como líder de mercado e a Lenovo (Motorola) em quarto lugar, segundo o mesmo levantamento.

    "O Brasil é um mercado muito concentrado. [...] As cinco maiores marcas capturaram 75% do mercado de smartphones. Isso se deve principalmente às fortes barreiras para entrar no mercado", diz o analista Pav Sharma, da Counterpoint.

    "Para terem sucesso, as marcas precisam ter fábricas locais ou um parceiro. Sem isso, elas devem pagar impostos de 60% para importar uma unidade." É por isso que marcas como a Sony ou a Xiaomi não têm força no país como no resto do mundo, opina Sharma.

    A consultoria divulgou também dados sobre as operadoras no Brasil, onde há liderança da Claro, com 39% dos usuários.

    OPERADORAS - Celulares no Brasil, divididos por operadora, em 2016

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