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    Redes sociais refletem a sociedade, diz diretora do YouTube sobre polêmicas

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    03/06/2017 02h00

    Reprodução
    Conteúdo inadequado no YouTube inclui vídeos "sujos" do Minecraft
    Conteúdo inadequado para crianças no YouTube inclui vídeos "sujos" do Minecraft

    Para Fernanda Cerávolo, diretora do YouTube Brasil, conteúdo violento ou polêmico em redes sociais é um "reflexo da sociedade", já que Facebook e YouTube "são plataformas democráticas e muito acessíveis".

    Em entrevista à Folha, Cerávolo afirma que o YouTube quer coibir "pornografia, violência e tudo o que não deve estar em uma rede social".

    Após o YouTube ter problemas com anunciantes devido à existência de vídeos neonazistas, em março, o Facebook sofreu críticas por ter hospedado vídeos ao vivo de homicídios levantando debates sobre o que pode ser permitido nessas plataformas.

    No YouTube, só quem tem mais de mil inscritos pode gravar ao vivo, então casos de violência são menos comuns.

    "Violência, conteúdo controverso, sempre vai existir. Já há mecanismos que impedem que esses conteúdos sejam publicados, ou que os rastreiam rapidamente depois da publicação. Mas não é perfeito, ainda está em desenvolvimento", diz Cerávolo.

    Divulgação
    Fernanda Cerávolo, diretora do YouTube Brasil
    Fernanda Cerávolo, diretora do YouTube Brasil

    Outro aspecto que preocupa pais é conteúdo adulto "disfarçado" de infantil, como vídeos da personagem Peppa Pig e do jogo "Minecraft" com sexo e violência, muitas vezes produzidos pelas próprias crianças e adolescentes que frequentam a rede.

    A respeito disso, Cerávolo e o Google, quando questionado, são categóricos: o YouTube não é para crianças. "Nós seguimos à risca a política de uso do canal. Quem tem menos de 13 anos não pode usar o YouTube", afirma.

    "Para isso, existe o [aplicativo] YouTube Kids, que tem um filtro muito mais pesado do que o resto do site. Desafio você a encontrar conteúdo inadequado ali. Não tem."

    Na versão para crianças, lançada em 2015, o algoritmo de seleção de vídeos opera de uma maneira muito mais restrita. Ainda assim, o Google recomenda que os adultos fiquem alertas para denunciar vídeos inadequados.

    O aplicativo permite que os pais desabilitem a busca, reduzindo a experiência dos filhos apenas aos vídeos recomendados. Também há a possibilidade de limpar o histórico e de usar um timer, controlando o tempo que a criança passa assistindo a vídeos.

    Para Cerávolo, é importante reforçar que o YouTube é um ambiente voltado à educação, que deve ser seguro para todas as idades.

    Assim que foi lançado, há dois anos, o YouTube Kids foi posto à prova e foram encontrados vídeos inadequados, como piadas sujas e clipes de filmes para adultos.

    Em um teste feito pela Folha, em maio, havia paródias feitas por crianças, como um vídeo em que a princesa Elsa, de "Frozen", perde o vestido e é socorrida pelo Homem-Aranha –mas nada de cunho sexual.

    Já na versão liberada para adultos, vídeos "sujos" com personagens de desenho são abundantes em canais como "Smile Kids TV" e "RezendeEvil", entre outros.

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