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    Distração humana coloca em dúvida carros autônomos em emergências

    DO "NEW YORK TIMES"

    11/06/2017 02h00

    Reprodução/Google
    carro autonomo prototipo google
    Protótipo de carro autônomo do Google

    Três anos atrás o Google deu uma guinada radical no seu projeto de veículo autônomo. O plano que previa em alguns momentos supervisão humana na direção foi abandonado por outro que eliminava freio, acelerador e até mesmo o volante.

    Em outras palavras, não era mais permitido que humanos dirigissem.

    A decisão da empresa foi resultado de um teste com veículos autônomos cedidos para que seus funcionários fizessem o trajeto entre o trabalho e a casa.

    Os empregados foram filmados nos veículos, e o que foi visto preocupou e muito a empresa. Enquanto o carro se movimentava sozinho, os motoristas chegaram a ir para o banco de trás, subir pelo teto solar ou dar uns amassos, contam ex-engenheiros da empresa americana.

    "Nós vimos coisas que nos deixaram um pouco nervosos", diz Chris Urmson, roboticista que chegou a ser chefe do projeto.

    A verdade é que nós, humanos, ficamos distraídos facilmente com jogos, telefone celular e amigos. Por isso, engenheiros automotivos, designers e até mesmo advogados questionam se os veículos autônomos que estão sendo desenvolvidos atualmente podem realmente contar com o homem em situações de emergência.

    Alguns engenheiros dizem acreditar que em um período de cinco a dez anos os carros serão suficientemente inteligentes para não necessitar da ajuda humana.

    Mas até lá haverá um delicado balé entre homem e máquina: humanos poderão ser obrigados a assumir a direção quando o computador ficar indeciso sobre o que fazer.

    Muitos especialistas em tecnologia automotiva, porém, têm sérias dúvidas se essa troca de comando pode realmente funcionar, se uma pessoa distraída vai conseguir assumir o comando de um veículo em movimento em alta velocidade.

    No mês passado, um grupo de cientistas da Universidade Stanford apresentou uma pesquisa que mostra que a maioria dos motoristas (enquanto jogavam um game no celular) precisava de mais de cinco segundos para conseguir assumir rapidamente o controle do carro.

    "A noção de que os humanos podem ser um substituto de confiança é uma falácia", afirma John Leonard, professor de engenharia mecânica no MIT (Massachusetts Institute of Technology).

    Mas, apesar dessa desconfiança, a indústria está investindo forte em inteligência artificial para tornar os carros cada vez mais seguros.

    A Toyota, por exemplo, está desenvolvendo tecnologia para parar o carro quando um pedestre é detectado e criando técnicas para manter o motorista atento.

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