• Tec

    Sunday, 19-May-2024 02:14:42 -03

    Gamers fazem campo de treinamento para levar troféu de e-sport

    DA AFP

    01/10/2017 02h00

    Chandan Khanna/AFP
    Atleta de e-sports usa vitamina B durante treinamento
    Atleta de e-sports usa vitamina B durante treinamento

    À medida que o treino vai ficando mais pegado, os gritos ficam também mais intensos: "Mate aquele lá" ou "Eles estão acabando conosco".

    Essa é a rotina, em uma sala lotada de computadores e cafeína, do Flash Wolves, um time de e-sports de Taiwan que está se preparando para o campeonato mundial de "League of Legends", que ocorre no início do mês que vem em Pequim (China).

    O "campo de treinamento" que acontece em Xangai é alimentado por bebidas energéticos, e não por exaustão física, e mostra como estão cada vez mais competitivos os e-sports (campeonatos profissionais de games).

    Além dos energéticos (uma versão importada mais poderosa, segundo os jogadores), o treinamento da equipe inclui litros de café -alguns atletas também apelam para a vitamina B como suplementos. Algumas das equipes que estão no mesmo prédio do Flash Wolves adotam exercícios de alongamento na rotina.

    Para quem está ali, o jogo é a vida deles, e eles treinam -ou seja, praticam o game- todos os dias da semana, usando blusas pretas praticamente idênticas, só com o apelido de cada um deles gravado nas costas.

    A rotina dos jogadores inclui treinar até 16 horas. A prática é considerada essencial em um esporte em quem tem mais de 25 anos já é considerado obsoleto. Um mês ruim ou uma partida desastrosa pode significar sair da equipe principal, com vários substitutos já preparados.

    Os e-sports já foram chamados de jogos para tímidos e adolescentes, mas estão rapidamente se tornando uma indústria bilionária, com um enorme número de fãs, especialmente na Ásia.

    Os jogadores do Flash Wolves podem ganhar US$ 75 mil ao ano (R$ 240 mil pela cotação atual), mas esse valor pode subir caso eles vençam torneio importantes de um esporte que valerá medalha nos Jogos Asiáticos de 2022 e que pretende ter status olímpico.

    Com a pressão, porém, os jogadores afirmam que os games parecem cada vez mais trabalho. "Não é tão simples como as pessoas pensam", diz Yu Li-hong, 22. "Quando isso vira a sua profissão, a sua atitude e o prazer de jogar são diferentes. Você precisa ser totalmente sério", completa.

    Os melhores jogadores já são considerados estrelas do esporte, e as competições reúnem milhares de torcedores no estádio e vários milhões assistindo on-line.

    No caso do "League of Legends", jogo mais popular do planeta, a final do campeonato mundial acontecerá no Ninho do Pássaro, estádio com 80 mil lugares e que foi palco da Olimpíada de 2008.

    A equipe que levar a disputa entre 24 times na capital chinesa levará um prêmio de US$ 850 mil (R$ 2,7 milhões).

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024