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    Sumiço do botão home é desafio no iPhone X

    GEOFFREY FOWLER
    DO "WASHINGTON POST"

    01/11/2017 02h00

    O iPhone X, que chegará na sexta-feira (3) às lojas dos EUA e às de mais 55 países (ainda não há data para a estreia no Brasil), não é só um novo design. É um novo relacionamento.

    Comparado ao modelo atual, falta ao iPhone de 10º aniversário um elemento-chave: o botão home.

    A frente é tela e só tela. É preciso aprender novos gestos para operá-lo. Em lugar de destravá-la com o uso de impressões digitais, o usuário precisa olhar para a câmera por um segundo, como se estivesse tirando uma selfie. O modelo reconhece o dono.

    O iPhone X, vendido por US$ 1.000 nos EUA (R$ 3.270), é o celular certo para você?

    Os novos recursos mais excêntricos, como a leitura facial para destravar a tela, em geral funcionam como a empresa afirma que fariam. A tela grande e o formato mais fino o tornam mais fácil de segurar do que iPhones anteriores, e a bateria dura duas horas a mais. Mas a Apple ainda está vendendo o iPhone 8 e o iPhone 7, com potência quase equivalente e design que você já conhece –e inclui o confiável botão home.

    Evolução iPhone

    Se você comprar um X (o modelo "ten" ou 10), pense na troca como um encontro às escuras com o aparelho mais importante de sua vida. Saber como operar o novo smartphone será quase tão complicado quanto descobrir a hora certa de ficar de mãos dadas com alguém em um primeiro encontro. É bem provável que o seu dedão termine no lugar errado.

    A Apple tem um longo histórico de nos dar tecnologia nova e depois tirá-la de nós. Não estou falando só da entrada de fone de ouvido que a empresa retirou do iPhone. As pessoas encaravam o iPhone com ceticismo, no começo, porque ele eliminou os teclados que elas aprenderam a amar em seus BlackBerry. Mas a mudança provou ser um compromisso válido.

    O iPhone X tenta transformar a tela do iPhone na mais inteligente do planeta. O novo modelo não só é capaz de reconhecer o usuário pelo rosto mas a falange de novos sensores que ele incorpora à ranhura em seu topo o ajuda a reconhecer que o usuário está sorrindo. O aparelho entende quando o usuário chama (a assistente digital Siri) e tenta conduzi-lo diretamente à informação que ele deseja.

    Depois de conviver um pouco com o iPhone X, encontrei algumas das limitações que ele apresenta e alguns dos desafios que ele terá de superar no futuro próximo.

    O mecanismo de destravamento Face ID exemplifica as ambições e os obstáculos que o iPhone X incorpora. Para começar a usá-lo, basta um segundo: toque a tela, e os sensores incorporados à ranhura no topo disparam seus raios (invisíveis) e mapeiam os contornos do rosto. Se os sensores reconhecerem o usuário, o ícone de trava se abre.

    BARBA FALSA

    Nos meus testes iniciais, o sistema funcionou durante cerca de 90% do tempo. É preciso segurar o celular bem diante do rosto, como se você estivesse para tirar um selfie. Se fica próximo demais do rosto, é mais provável que o sistema não funcione.

    O sistema me reconheceu no escuro, e mesmo quando coloquei óculos de sol –mas não ao pôr uma barba falsa (a Apple diz que o sistema se adapta para acomodar barbas, desde que elas cresçam no ritmo normal).

    Quando o FaceID falha cinco vezes –ou se você divide o celular com alguém–, é possível desbloqueá-lo usando uma antiquada senha numérica (a Apple só permite que um rosto seja registrado por aparelho).

    O sistema é realmente seguro? Isso vai requerer mais testes. Gêmeos podem causar confusão no mecanismo, assim como irmãos com rostos parecidos e crianças de menos de 13 anos. A segurança pode ser reforçada por meio de uma opção que requer "atenção" –ou seja, que os olhos do usuário estejam abertos e olhando para o celular– no destravamento.

    O que torna esse sistema melhor que um leitor de impressão digital? O Face ID funcionará caso suas mãos estejam sujas ou molhadas, mas não é mais rápido que o método concorrente.

    A rival Samsung deu ao Galaxy S8 capacidades de leitura facial e de íris, mas mesmo assim inclui um leitor de impressão digital na traseira.

    Comparação iPhone - Samsung

    E a Apple tomou a irritante decisão de não permitir que o iPhone X abra na home screen depois do reconhecimento facial. Em lugar disso, a primeira tela vista depois do destravamento está repleta de notificações. Para chegar à tela principal, é preciso passar o dedão pela porção inferior da tela, e eu sempre posiciono o dedão no lugar errado (essa é apenas uma das diversas contorções de dedos que você terá de aprender a usar com seu iPhone pós-botão).

    O iPhone X conhecerá seu usuário melhor que qualquer outro e abrirá o caminho para que o celular se comporte cada vez mais como uma pessoa. Só nos resta esperar que seja uma boa pessoa.

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