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MARILICE DARONCO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

28/06/2014 20h04

Há três anos, pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP (Universidade de São Paulo), trabalham para desenvolver um teste nacional que detecte casos de dengue de forma rápida, eficiente e barata.

Eles já conseguiram criar e patentear o aparato. Agora, o desafio é fazer com que o biossensor, que é do tamanho de um smartphone, consiga atestar com qual dos quatro tipos de vírus da dengue o paciente está.

O aparelho foi patenteado em uma parceria entre a USP e a empresa DNApta, de São José do Rio Preto, que deve produzir o dispositivo.

Cientistas da UFMG exportam tecnologia contra dengue

Dengue possui apenas tratamento dos sintomas

A intenção é que ele chegue ao mercado custando algo entre R$ 100 e R$ 200.

Editoria de Arte/Folhapress
COMO DETECTAR A DENGUEConfira os principais tipos de teste existentes no Brasil para diagnosticar a doença
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Se os pesquisadores conseguirem fazer com que o dispositivo detecte o tipo de vírus que a pessoa tem, alguém que já foi contaminado com o vírus tipo 1, por exemplo, pode evitar locais com circulação dos tipos 2, 3 e 4, para não ter novamente a doença (é possível ser infectado com os diferentes tipos de vírus).

Isso é importante porque, geralmente, quando a pessoa tem a doença pela segunda vez, os sintomas são mais graves. Ela apresenta sinais de alarme, como dores abdominais e vômitos persistentes, ou de choque, como hemorragia e disfunção renal.

"O biossensor identifica a ligação entre um anticorpo humano e a proteína NS1, do vírus da dengue. Quando há essa reação, ele emite um sinal elétrico. É um teste direto, sem etapas, basta colocar o sangue no aparelho e o resultado é imediato", explica o responsável pelo estudo, Francisco Guimarães.

Edson Silva/Folhapress
Aparato, que foi criado para tentar detectar a doença mais rápido, vai ser aperfeiçoado.
Aparato, que foi criado para tentar detectar a doença mais rápido, vai ser aperfeiçoado.

Uma das principais características do dispositivo é que ele traz resultado em cerca de 20 minutos, a partir do terceiro dia de sintomas, mais rápido que a maioria dos exames laboratoriais disponíveis atualmente que levam até três dias para ficarem prontos e só são feitos a partir do quinto dia dos sintomas.

Uma curiosidade é que os pesquisadores não começaram seus estudos planejando criar uma invenção relacionada à dengue.
A ideia era ter um equipamento que ajudasse os agricultores a detectar pesticidas na água e em alimentos. "Mas todos os testes da dengue são importados e muitos são caros, então decidimos investir nessa área" diz Guimarães.

MARILICE DARONCO é trainee do 2º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde, que tem patrocínio institucional da Pfizer. "Dengue" é o projeto final da turma.

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