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DÉBORA ANDRADE
DA EDITORIA DE TREINAMENTO

09/07/2015 00h01

No Brasil, milhões encaram restrições alimentares diariamente. Na faixa acima de 65 anos, há 3 milhões de diabéticos e 5 milhões que têm colesterol alto, segundo o Ministério da Saúde.

Quando o diagnóstico vem de repente, muitos resistem a aceitar a nova realidade. "Alguns pensam que nunca mais terão prazer em comer", afirma a psicóloga Valmari Cristina Aranha, da USP.

"O começo foi bastante difícil. A vontade era tanta que eu comia na rua escondido", conta o aposentado Roberto Oliveira, 58, diabético há dez anos.

Há alguns meses, ele resolveu entrar em um grupo de reeducação alimentar mediado por uma nutricionista e conta que aprendeu muito com "o que deu certo e o que deu errado com os colegas".

Segundo a psicóloga, esse tipo de grupo ajuda quem está com dificuldade de aceitar uma doença a perceber a importância de mudar hábitos e propicia convívio social, importante para os idosos.

É comum que eles se isolem devido a problemas de mastigação, deglutição e dificuldades motoras. "Acontece de a pessoa ter vergonha de comer na mesa ou até de a família fazer com que ela coma antes", diz Aranha.

Outra dica é participar de cursos de culinária em que temperos e ingredientes alternativos compensam outros que devem ser cortados, como sal e açúcar.

O fundamental é não perder oportunidades de encontrar amigos, ainda que seja preciso levar uma comida ou bebida especial. "Se você se isola, é porque ainda não tem domínio sobre si mesmo", diz Oliveira.

Com o diabetes controlado, ele já nem sente falta do que não pode comer. "Corro 9 km por dia e não perco uma viagem."

DÉBORA ANDRADE fez o 3º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, patrocinado pela Pfizer.

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