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    'Trip' esotérica inclui também ida a pontos turísticos famosos

    MAGÊ FLORES
    GUSTAVO SIMON
    DE SÃO PAULO

    09/01/2014 03h30

    Apesar de momentos de reflexão serem o foco de viagens esotéricas, as agências que trabalham com esses pacotes procuram fazer também os passeios tradicionais.

    Mesmo porque, muitos destinos procurados por esse público são consagrados também no turismo convencional, como Israel, Turquia e o deserto do Atacama, no Chile.

    PACOTES: confira opções para destinos esotéricos no Brasil e no exterior
    Índia e Chapada dos Veadeiros atraem turistas em busca de autoconhecimento

    No Brasil, ocorre o mesmo: a região de Aiuruoca (MG), repleta de cachoeiras, e a Chapada dos Veadeiros (GO), famosa por suas trilhas, atraem muitos adeptos do esoterismo.

    "É impossível não ir ao Taj Mahal já tendo cruzado continentes para chegar à Índia", pondera o professor de ioga Marcos Rojo, que leva grupos de alunos ao país.

    Lu Zanollo/Divulgação
    Hóspedes meditam próximo a queda-d'água no hotel Ponto de Luz, em Joanópolis (SP)
    Hóspedes meditam próximo a queda-d'água no hotel Ponto de Luz, em Joanópolis (SP)

    Mas, para esses turistas, muitas vezes a própria observação dos lugares e o contato com os locais, de culturas diferentes, já valem como momento de introspecção.

    "Há muitos aspectos fascinantes na cultura indiana, mas o povo é o grande atrativo. Lá, sinto vontade de mimetizar-me, de não ser reconhecido como estrangeiro", conta João Vieira, um dos alunos que Rojo levou à Índia.

    O aposentado Paulo Kaneko, 64, fez peregrinações pelos caminhos de Santiago de Compostela, na Espanha, e da ilha de Shinkoku, no Japão.

    "Fui andando e aproveitei para observar a alimentação, as construções, as festividades de cada lugar. Além das minhas reflexões, foram essas energias que fizeram com que o trajeto virasse de turismo espiritual", diz.

    O estudante Allan Acosta, 20, também percorreu o caminho de Santiago fazendo desvios no trajeto para conhecer cidadezinhas e construções medievais que cortam a rota da peregrinação. "Enquanto andava, eu pensava na vida e refletia sobre meus valores", conta.

    Machu Picchu, em meio às ruínas incas, é outro destino, acredita-se, capaz de despertar mudanças internas. "A altitude obriga você a ficar mais atento à respiração e a cuidar da alimentação -o que propicia uma conexão maior consigo mesmo", diz Carmen Balhestero, que já organizou 37 viagens à região, sempre guiadas por um guru xamã inca.

    NA VIZINHANÇA

    Não é necessário, no entanto, cruzar centenas de quilômetros em busca de autoconhecimento.

    A poucas horas de São Paulo há hotéis "esotéricos" que oferecem pacotes de fim de semana e retiros de vários dias com esse propósito.

    O Ponto de Luz, em Joanópolis, a 112 km da capital, tem pacotes dedicados a meditações, purificações espirituais, leitura de aura e reiki (técnica de harmonização com movimentos das mãos).

    "Também fazemos vivências individuais, que incluem reflexões em um labirinto na mata e meditações na cachoeira", explica a terapeuta do hotel, Jussara de Oliveira.

    Um fim de semana custa, por pessoa, a partir de R$ 263; o retiro de purificação holística, de cinco dias, R$ 1.059, com refeições incluídas.

    O Prãna Spa Ayurvedico, em Campos do Jordão (181 km de São Paulo), foi aberto em julho de 2012. Quem se hospeda em uma de suas três suítes (o fim de semana custa
    R$ 870) passa alguns dias seguindo um programa baseado no tripé consciência alimentar (cardápio "detox"), meditação e terapias corporais (caminhadas e ioga).

    "O restante é a natureza que dá: água e ar puro e o silêncio", diz a proprietária, Marise Berg.

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