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    Blocos e shows animam Salvador antes do Carnaval; confira pacotes

    MICHAEL KEPP
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    13/02/2014 04h00

    Salvador é uma cidade tão rítmica e musical que, em visita recente, evitei seus cartões-postais –desde o Mercado Modelo até a Igreja do Bonfim–, optando em lugar disso por pesquisar seus sons percussivos.

    A maioria deles emana do Pelourinho, no centro histórico da cidade, onde ensaiam blocos afros e carnavalescos. Esses ensaios são realizados nos palcos de grandes pátios internos, cobertos com lonas, que comportam mais de mil pessoas.

    Erivan Morais/Divulgação
    Apresentação da Timbalada no Museu du Ritmo
    Apresentação da Timbalada no Museu du Ritmo

    Na tarde de um domingo, minha primeira parada foi no ensaio do afoxé Filhos de Gandhy. Integrantes do bloco tocavam atabaques (tambores cilíndricos) e agogôs, que marcam o ritmo, chamado ijexá, uma batucada suave e cadenciada. Seus cantos são hinos de paz e fé, como se poderia esperar de um bloco que leva o nome do líder hindu.

    Em seguida, fui ao ensaio do bloco afro Olodum num pátio do Pelourinho, me comprimindo no meio de um público de 1.500 pessoas. Esse bloco toca samba-reggae, um misto de samba e reggae jamaicano cujo ritmo é ditado por surdos, tambores de grandes dimensões com sons muito graves. Nas noites de terça-feira, os ensaios do Olodum incluem sopros, que deixam seu som mais harmônico e dançante.

    Com o batuque do Olodum ainda reverberando nos ouvidos, fui à Concha Acústica, anfiteatro que é um "point" musical no bairro de Campo Grande. Ali, a Orkestra Rumpilezz, misto de atabaques e muitos sopros no formato "big band", criou um som de raízes africanas e jazzísticas.

    Lenine e Margareth Menezes eram seus vocalistas convidados. Depois disso foi o BaianaSystem. A guitarra baiana (imagine um bandolim elétrico), o baixo, a bateria e o vocalista dessa banda fundem frevos com música jamaicana. O diálogo que a banda criou com seu DJ, operando um sistema psicodélico de som, levou um público de 8.000 pessoas a dançar freneticamente.

    Apesar dos meus ouvidos e pés já estarem exaustos, me arrastei para ouvir a Timbalada, banda fundada por Carlinhos Brown, que tocava num enorme pátio ao ar livre, com muros altos, no bairro do Comércio.

    Os timbales da banda, com o formato de atabaques, mas com som mais alto e agudo, eram acompanhados por sopros e vocalistas. O som era um misto eclético de axé, samba e releituras percussivas de sucessos da MPB.

    Era tão eletrizante que a plateia de 2.000 pessoas dançou em êxtase, especialmente quando Carlinhos Brown fez uma participação.

    Na noite de segunda, já recuperado da maratona do domingo, voltei ao Pelourinho para o ensaio do bloco Cortejo Afro. Sua banda –surdos, tambores menores, uma guitarra, um baixo e um saxofone– combina ritmos africanos com batidas eletrônicas.

    Como o Olodum, as letras de suas músicas louvam valores negros, e, como a Timbalada, suas releituras percussivas de sucessos da MPB puseram a plateia de mil pessoas para dançar.

    Há ensaios de blocos quase todas as noites da semana no Pelourinho nos três meses antes do Carnaval. Mas, para mudar de som, na noite de terça ouvi Gerônimo e sua banda tocar num palco montado ao pé da escadaria de uma igreja no mesmo bairro. Gerônimo canta músicas que compôs com ritmos ijexá suaves, influências afro-caribenhas e letras sobre o orgulho negro.

    Ele geralmente atrai 2.000 pessoas. Mas naquela noite, sob uma garoa forte, apenas 350 fãs em pé sobre a escadaria se balançaram ao som de sua música relaxante. Para mim, Gerônimo foi o antídoto perfeito à batucada toda que eu já tinha ouvido. Para quem gosta de Carnaval, a hora é agora: além de shows, há ensaios dos blocos.

    MICHAEL KEPP, jornalista americano radicado há 28 anos no Brasil, é autor do livro "Tropeços nos Trópicos - Crônicas de um Gringo Brasileiro" (Record)

    Tradução de CLARA ALLAIN

    *

    PROGRAMAÇÃO

    Confira agenda com alguns ensaios e shows até o Carnaval (1º de março):

    Filhos de Gandhy
    Onde: rua Gregório do Mattos 53, Pelourinho
    Quando: 16 e 23 de fevereiro, das 16h às 22h
    Quanto: gratuito

    Olodum
    Onde: praça Tereza Batista, Pelourinho
    Quando: 16 e 23 de fevereiro, das 15h às 19h; 11 e 25 de fevereiro, das 20h à 0h
    Quanto: R$ 30 (dom.) e R$ 50 (ter.)

    Timbalada
    Onde: av. Jequitaia 1, Comércio (Museu du Ritmo)
    Quando: 16 de fevereiro, (das 19h às 23h)
    Quanto: de R$ 80 a R$ 160

    Cortejo Afro
    Onde: rua Gregório de Mattos, s/nº, Pelourinho
    Quando: 17 e 24 de fevereiro, das 21h à 0h
    Quanto: R$ 20

    Gerônimo
    Onde: escadaria da igreja do Paço, Pelourinho
    Quando: 18 e 25 de fevereiro, das 20h às 22h
    Quanto: gratuito

    BaianaSystem
    Quando: 22 de fevereiro, às 22h
    Onde: largo Tereza Batista, Pelourinho
    Quanto: R$ 20

    Concha Acústica
    Onde: teatro Castro Alves (praça Dois de Julho, s/nº, Campo Grande; tel. 71/3535-6600)

    *

    QUEM LEVA PARA SALVADOR

    COM AÉREO

    R$ 1.415

    Pacote para quatro noites no hotel Sol Bahia. Com café da manhã e traslados. Na Flytour: 0800-118687; flytourviagens.com.br

    R$ 2.212

    Quatro noites no hotel Sol Bahia, com café da manhã. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br

    R$ 2.645

    Pacote de quatro noites no hotel Matiz, com café da manhã. Na Decolar.com: 4003-9444; decolar.com

    R$ 3.137

    Viagem de cinco noites no hotel Golden Park. Com café da manhã e entrada para o camarote Nana. Na TAM: (11) 3274-1313; tamviagens.com.br

    R$ 3.292

    Sete noites no Sol Bahia. Inclui café da manhã e traslados. Na Soft Travel: (11) 3017-9999; softtravel.com.br

    R$ 3.600

    Pacote para quatro noites no hotel Sol Bahia, com café da manhã e traslados. Na Taks: (11) 2821-8805; takstour.com.br

    R$ 4.685

    Pacote de quatro noites no hotel Deville Salvador, com café da manhã e traslados. Inclui abadá para o bloco Chiclete com Banana. Na Egípcia: (11) 3459-3444; egipciatours.com

    *R$ 6.318 *

    Pacote de quatro noites no hotel Pestana Bahia. Com café da manhã, traslados e passeios. Inclui um dia no bloco Largadinho, um dia no camarote da Claudia Leitte e festa na piscina. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br

    SEM AÉREO

    R$ 1.305,56

    Três noites no Catussaba Resort Hotel, com café da manhã. Na Decolar.com: 4003-9444; decolar.com

    R$ 2.519

    Cinco noites, em quarto duplo, no Gran Hotel Stella Maris Resort. O pacote inclui café da manhã e traslados. Na RCA: (11) 3017-8700; rcaturismo.com.br

    R$ 4.800

    Pacote de quatro noites no Sheraton da Bahia, localizado no circuito Osmar, um dos principais da capital baiana. Com café da manhã. Reservas: (71) 3021-6700; sheratondabahia.com

    R$ 8.960

    Seis noites no hotel Othon Palace. Valor para casal. Com café da manhã. Uma criança de até 12 anos no mesmo apartamento dos pais é cortesia. Reservas: (21) 2106-0200; othon.com.br

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