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    Santiago cria medida para diminuir população de cachorros nas ruas

    FRANCINE MICHELI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    13/03/2014 04h00

    Quem já visitou Santiago, no Chile, e fez uma parada em um de seus bares com mesas na calçada, certamente foi abordado pelos olhos pidões de algum cachorro. Grandes e –geralmente– dóceis, os "perritos callejeros" (cães de rua) se tornaram parte das atrações turísticas da capital.

    Mas se são fofos aos olhos dos turistas, para a cidade eles são um problema.

    De acordo com levantamento realizado pela Intendência Metropolitana –equivalente à prefeitura– em 2013, foram contabilizados mais de 1,6 milhão de cachorros vivendo nas ruas de Santiago, o que dá aproximadamente um cão para cada quatro moradores.

    O assunto se tornou público no ano passado, quando o governo local lançou oficialmente o Programa Regional de Controle e Prevenção da População Canina, sob um custo total de US$ 3 milhões (cerca de R$ 7 milhões).

    O estudo feito pelo governo apontou um fato curioso: de todos os cães que vivem nas ruas, apenas 5% não possuem dono, o que mostra que a posse irresponsável e o abandono são os maiores desafios a serem encarados.

    Entre as medidas, que contaram com a parceria de 13 associações ligadas a animais, estavam: registro e identificação de cachorros que vivem em casas com microchip, programa de educação sobre posse responsável em escolas públicas, clínicas móveis, capacitação de profissionais e ações de castração gratuita.

    Em dois anos, o projeto espera atender 400 mil cães.

    Durante seu passeio pelo centro de Santiago, a brasileira Mariana Facchin, engenheira cartógrafa, 28, encontrou um pastor alemão na rua que precisou ser despistado depois de alguns quarteirões após não parar de segui-la.

    O cão foi batizado por ela de Chilito e aparece em fotos que trouxe de recordação. "É triste ver tanto cachorro abandonado, mas não posso negar que eles dão um charme a Santiago", diz Mariana. "Eu estava curiosa para conhecer esses cachorros quando marquei a viagem."

    Turistas com a mesma curiosidade de Mariana não precisam se preocupar: ainda vai demorar para os cães saírem de cena –das ruas, no caso.

    No lançamento do programa, o presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Felix Viveros, assumiu a dificuldade. "Provavelmente não vamos resolver toda a situação, mas podemos manter o controle da população canina na região", disse ele à época.

    INTERVENÇÃO URBANA

    O caso dos cães abandonados foi o centro de uma intervenção urbana criada em 2012 por dois estudantes e que gera repercussão até hoje. Eles amarraram balões com dizeres como "olhe para mim", "não me abandone" e "adote-me" nos pescoços dos cães. Batizada de "Estoy Aqui", a ação causou impacto por meio no YouTube (ow.ly/ujPYh ).

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