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    Turista visita trincheiras e cratera em tour da Primeira Guerra na Picardia

    RODRIGO VIZEU
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA PICARDIA

    01/05/2014 02h00

    No início de 1914, os campos da Picardia, no norte francês, viviam numa calma com prazo para terminar. Naquele ano, os alemães invadiram a França, e trincheiras e bombas rasgaram a região pelos quatro anos que se seguiram.

    A região, cujo nome tem ligação com o substantivo "picardia" do português, tem hoje o circuito turístico mais completo aos que querem entender a Primeira Guerra Mundial.

    Divulgação
    Cratera de Lonchnagar, na Picardia, na França
    Cratera de Lonchnagar, na Picardia, na França

    A Picardia foi palco da batalha do rio Somme, em 1916, quando britânicos e franceses pensaram que poriam fim à luta se fizessem um ataque maciço contra os alemães.

    Meses de confronto e mais de 1 milhão de mortos e feridos levaram a 12 km de avanço como "vitória" aliada. A batalha se tornou símbolo das perdas humanas com pouco resultado prático do conflito.

    O chamado Circuito da Lembrança do Somme tem mais de 20 atrações –com foco nas principais, ele pode ser feito em um dia com carro e aparelho de GPS, com saída de Paris (ou mesmo Londres).

    Com o charme da França rural, relevo suave e campos plantações de colza (cruzamento de couve e nabo) em amarelo vivo, o passeio também agrada os menos entusiastas de história militar.

    A primeira parada é Péronne, a 140 km de Paris, que abriga o Historial da Grande Guerra. O museu conta a história do conflito e abriga ampla coleção de objetos.

    A exposição é menos didática que suas equivalentes na região de Paris, mas tem o mérito de colocar o visitante no clima do circuito.

    TRINCHEIRAS E CERCAS

    Depois de um almoço em um dos restaurantes da cidade, é hora de pegar a estrada (sinalizada por placas com papoulas, símbolo da guerra) até Rancourt, onde há uma capela francesa e cemitérios de soldados.

    Em seguida, o circuito passa por Thiepval, maior memorial de guerra britânico do mundo. Dali, chega-se a Beaumont-Hamel, lar das mais bem conservadas trincheiras. De um ponto alto, é possível ver o antigo campo de batalha e imaginar o horror. Cercas eletrificadas mantêm o visitante afastado de áreas em que até hoje existem explosivos não detonados.

    O circuito termina em Ovillers-la-Boisselle, onde fica a gigantesca cratera de Lochnagar. O buraco de 30 metros de profundidade e cem de diâmetro foi resultado de 27 toneladas de explosivos instalados pelos ingleses sob as trincheiras alemães.

    Se der tempo, vale passar por Amiens, capital da Picardia no caminho de Paris. Lá está uma das maiores catedrais do mundo, quase duas vezes maior que a de Notre Dame de Paris.

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