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    Com mais viagens longas, tendência de hotéis ligados a terminais cresce

    CHRISTINE NEGRONI
    DO "NEW YORK TIMES"

    15/05/2014 02h00

    Antes do final do ano, a China ultrapassará os Estados Unidos como país com maior número de residentes viajando internacionalmente, de acordo com um novo estudo da Oxford Economics encomendado pela Amadeus, uma companhia de tecnologia para viagens.

    De forma semelhante, o Oriente Médio e a América do Sul estão experimentando um aumento no número de pessoas que realizam viagens de percurso longo, segundo a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo).

    The New York Times
    Folheto reproduz o Sama-Sama Hotel, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur
    Folheto reproduz o Sama-Sama Hotel, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur

    O crescimento assim robusto está promovendo um boom de construção de hotéis incorporados a novos aeroportos ou a terminais que estão sendo ampliados.

    Os hotéis são de dois tipos. Os de trânsito atendem aos viajantes que só estão de passagem, oferecendo um lugar silencioso para que durmam, tomem banho e relaxem antes de apanhar um segundo voo. Eles são considerados parte necessária de um moderno aeroporto central.

    "Hotéis de alto padrão anexos a um aeroporto são importantes em polos mundiais de transporte aéreo, como Seul-Incheon, para passageiros que estão viajando entre duas cidades, mas não têm como apanhar um voo de conexão no mesmo dia", disse John Jackson, vice-presidente de vendas e marketing da Korean Air para as Américas.

    O outro tipo de estabelecimento, o hotel centro de conferências, oferece restaurantes e bares e concorre com os hotéis da cidade próxima como polo de convenções.

    Simon Turner, presidente de desenvolvimento mundial da Starwood Hotels and Resorts –que recentemente inaugurou um hotel Le Méridien de 349 quartos no terminal 3 do aeroporto internacional do Cairo–, disse que os hotéis de aeroporto são uma maneira eficiente de conduzir reuniões nos países em desenvolvimento, onde o tráfego pode ser um desafio.

    "Se você está com falta de tempo e a reunião de que vai participar envolve cem pessoas, o custo e tempo requeridos para transportar todo esse pessoal até a cidade começam a pesar no cálculo", diz.

    Angela Gittens, diretora-geral do Conselho Internacional de Aeroportos, uma associação do setor, diz que os incorporadores de hotéis em aeroportos batalharam para "colocar o hotel dentro do complexo do terminal, de modo que o passageiro não precise usar o transporte interno do aeroporto", e também para criar hotéis de padrão mais alto.

    Este é o caso em dois hotéis que visitei recentemente: o Crowne Plaza do aeroporto de Changi, em Cingapura, e o Sama-Sama Hotel, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia. Os dois têm jeito de spa, oferecendo piscinas cercadas por jardins luxuriantes e espaço para reuniões que bastaria para acomodar uma convenção de dimensões razoáveis.

    SIMBIOSE

    Os hotéis de aeroporto podem se tornar parte de uma simbiose entre um aeroporto e as companhias aéreas que o usam, como é o caso na Índia. Diversas companhias que usam o Aeroporto Internacional Indira Gandhi, em Nova Déli, oferecem aos passageiros descontos para hospedagem no hotel Eaton Smart, no novo terminal 3, com vista para as pistas de pouso.

    Muitos desses aeroportos, e outros em construção em Doha, Qatar, e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, têm o luxo de amplos espaços. "Quando um aeroporto tem área restrita, fica muito mais difícil", diz Gittens.

    Mesmo assim, os aeroportos no futuro tentarão incorporar acomodações confortáveis e outras mordomias para os passageiros, de acordo com Dan Batchelor, analista global da Amadeus. "O voo é só um elemento de toda a jornada", ele diz.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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