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    Depoimento: 'É percorrendo os caminhos que você aprende as lições'

    DÉBORA YURI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    29/05/2014 02h00

    Decidimos partir depois de uma viagem curta que fizemos a Itatiaia (RJ). Eu e a minha mulher passamos quatro dias fazendo trilha, só pensando, sem conversar muito. Na época, eu estava lendo um livro da Família Schurmann e fiquei inspirado pela história deles. Então, propus a viagem a ela –mas não de barco.

    Montamos o roteiro de forma a estar nos países sempre no verão ou primavera, porque estas estações permitem que você carregue malas mais leves. Nós evitávamos o inverno, mas isso pode ser importante para quem deseja esquiar.

    Comemos de forma barata em todos os destinos –comida de rua, pratos típicos de cada local. Sofremos com a pimenta e sentimos saudade de pães e queijos em muitos países da Ásia, onde nos acostumamos a ver iguarias bizarras como baratas, ovos fecundados e sopa de cobra. Já na Itália e na Grécia, tudo era delicioso.

    Também nos hospedamos em casas de amigos estrangeiros –conhecemos uma dinamarquesa na Ásia, por exemplo, e ela nos abrigou alguns meses depois. Incluímos a Dinamarca no roteiro por causa dela. Em diversos países, troquei camisetas que faziam referência ao Brasil por suvenires; voltei apenas com três delas.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Mural da Viagem
    Mural da Viagem

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    Passamos nove meses planejando a viagem –hoje, brincamos que ela foi como gestar um filho. Primeiro, decidimos para onde queríamos ir, mas os destinos foram mudando de acordo com o andamento da jornada.

    Não compramos a passagem RTW ("round the world"), porque ela trazia uma série de empecilhos: voar sempre no mesmo sentido, marcar antecipadamente todas as datas, e ela só valia por 12 meses. A RTW vale a pena para quem voa muito e faz trechos longos.

    Além disso, queríamos ficar bastante tempo na África e, na época, só uma companhia aérea parceira voava naquele continente. Lá, fizemos os deslocamentos em tours em caminhões de empresas especializadas. Foi tudo super seguro. Já na Ásia, descobrimos companhias que ofereciam voos de US$ 10 (R$ 22,20), US$ 15 (R$ 33,28).

    Perrengues acontecem, não há como evitar. Um dia, caí de bicicleta, fiquei todo quebrado e um anjo me salvou na estrada. Num outro dia, fomos drogados em um restaurante, mas conseguimos nos safar ilesos. Você vai aprendendo as lições enquanto percorre os caminhos.

    EDER DAVALO DE REZENDE JR., 40, engenheiro, é autor do blog Quatro Cantos do Mundo (www.quatrocantosdomundo.wordpress.com ), que traz dicas sobre como planejar e colocar em prática uma volta ao mundo. Ele viajou com a mulher, Fabiana Fante Guimaro, 32, também engenheira.

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