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    Na Cidade do Cabo, história ronda a geografia

    SILVIO CIOFFI
    ENVIADO ESPECIAL À ÁFRICA DO SUL

    03/07/2014 02h00

    Nos arredores da Cidade do Cabo, a indústria vitivinícola rivaliza em importância turística com as duas maiores atrações da região: a Montanha da Mesa, elevação de 1.088 metros, e o Cabo da Boa Esperança, dentro de um parque nacional.

    E foi bordejando esse cabo, em 1487, que a caravela do navegante português Bartolomeu Dias encontrou, quase sem notar, a passagem do entre os oceanos Atlântico e Índico, depois de uma tempestade 14 dias.
    Dez anos depois, em 1497, Dias refez a viagem na expedição de seu conterrâneo Vasco da Gama, a primeira que, dobrando o cabo, chegou às "Índias".

    Encruzilhada entre Ocidente e Oriente, o cabo –que era das Tormentas, antes de ser renomeado da Boa Esperança– é um desses locais onde a história e a geografia se entrelaçam.

    Nos dias claros, do alto da Montanha da Mesa, onde se chega num bondinho giratório, dá para avistar o cabo e divisar quase que todo o traçado urbano da Cidade do Cabo.

    O primeiro a subir essa montanha, em 1503, também foi um português: o marinheiro Antonio de Saldanha.

    France Presse – 22.jan.2002
    Na Cidade do Cabo, África do Sul, aventureiro desce abismo de 112 metros Abseil Africa, na Table Mountain
    Na Cidade do Cabo, aventureiro desce abismo de 112 metros Abseil Africa, na Montanha da Mesa

    Assim, para o brasileiro, além dos roteiros enogastronômicos, essa viagem tem um sabor histórico especial já que, antes mesmo da chegada do holandês Van Riebeeck, em 1652, a região esteve ligada às navegações lusitanas.

    Outro que esteve por lá em 1579 foi o navegador britânico "sir" Francis Drake, que anotou em seu diário que só então havia encontrado a coisa mais imponente e o mais belo cabo que se viu em toda a circunferência da Terra".

    Parece exagero, mas quem circula pelas estradas bem pavimentadas entre a Cidade do Cabo, Stellenbosch e Paarl ou se dirige até o Cabo da Boa Esperança –que dista 80 km ao sul da capital e fica dentro de um parque nacional de 7.800 hectares–, se depara a todo tempo com estonteantes paisagens entre o mar e a cordilheira.

    Na Cidade do Cabo, vale explorar a área mais central e os jardins formados pela Companhia das Índias ao pé da Montanha da Mesa.

    Mas é no Waterfront, velho porto que foi revitalizado a partir de 1990 e cujo complexto abriga bons hotéis, 30 restaurantes, o aquário "Two Oceans" e um shopping center, que a cidade passeia.
    Ali, tours de barco, de helicótero, para pescar, ver tubarões e visitar vinhedos são oferecidos em diversos lugares.

    No Waterfront, há prédios antigos, como a torre octogonal do relógio, de 1882, uma roda-gigante, também, estruturas bem modernas, tudo emoldurado por uma bela vista da Montanha da Mesa.

    SILVIO CIOFFI viajou a convite da associação Wines os South Africa (WOSA)

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