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    Em Stellenbosch, produtores de vinho procuram novos rumos

    SILVIO CIOFFI
    ENVIADO ESPECIAL À ÁFRICA DO SUL

    03/07/2014 02h00

    Produtores de vanguarda no entorno de Stellenbosch discutem que estilo de vinhos produzir agora e no futuro.

    Para alguns deles, o caminho a seguir seria priorizar a produção de brancos com as uvas chenin blanc em detrimento dos tradicionais tintos feitos a partir da casta pinotage.

    Por ali, há quem diga que os métodos tradicionais, à moda de Bordeaux, na França, devem ceder lugar ao que o enólogo britânico Alex Dale, da Winery of Good Hope, chama de "chenin revolution". Polêmico e inventivo, Dale é um defensor fanático da varietal chenin blanc, que ele mesmo também cultiva nas proximidades da Winery Road, perto da estrada R44.

    Um bom local para tomar partido nessa polêmica é o 96 Winery Road Restaurant, onde esses vinhos podem ser bebidos.

    O local é uma referência de bistrô moderno em área quase rural, tem um cardápio eclético que reúne desde entradas à base ostras e terrinas de pato, até massas, suculentos steaks e pratos de carne de caça, como o veado "springbok".

    Na mesma região, o megaprodutor de vinhos Ken Forrester, estabelecido em 1689, também está seguindo a mesma diretriz de Dale.

    Ele também tem agora mais vinhos elaborados com as uvas chenin blanc, que alguns pesquisadores dizem ser a primeira varietal plantada na África do Sul.

    Quem quiser entrar na polêmica e tomar partido desses vinhos mais contemporâneos vai provavelmente provar um branco com notas verdes e toques de maçã, que naturalmente harmoniza melhor com carnes brancas e frutos do mar.

    Os vinhos feitos com essas uvas chenin blanc estão sendo revalorizados em detrimento da produção de alguns vinhos tintos que, também produzidos localmente, eram, nos anos passados, considerados superiores.

    PINOTAGE EM CRISE

    Meio que na berlinda, os tintos (antes chamados de "noble reds") produzidos com casta pinotage, no entanto, não saíram de cena nessa região próxima a Stellenbosch.

    Há, no entanto, uma consciência de que é difícil trabalhar com a varietal pinotage. Segundo se diz localmente, para obter bons vinhos com essa uva é preciso trabalhar macerando os frutos cuidadosamente e separar as cascas.

    Se, independentemente da polêmica, você prefere tintos a brancos, a região também produz bons vinhos com as varietais pinot noir, syrah e granache.

    Ainda no entorno de Stellenbosch, a produtora Waterford Estate planta onze tipos de uvas diferentes e é referência de bons tintos produzidos com a casta cabernet sauvignon.

    A terminologia Estate é, aliás, usada para indicar produtores de vinhos que plantam as próprias uvas.

    Outro importante produtor na região de Stellenbosch é a Rust en Vrede, fundada em 1694 e também com status de Estate. Ele produz tintos elegantes com as varietais tintas shiraz, cabernet sauvignon e merlot. Ali, há um restaurante contemporâneo que revisita os clássicos da cozinha francesa.

    GOLES E GOLFE

    Ainda no entorno de Stellenbosch, a moderna propriedade do jogador de golfe Ernie Els também organiza degustações e refeições num local onde o forte é a varanda com vista. Ali o foco são os tintos produzidos com as uvas cabernet sauvignon e merlot, mas também há brancos das varietais chenin blanc e sauvignon blanc.

    SILVIO CIOFFI viajou a convite da associação Wines os South Africa (WOSA)

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