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    Tour de barco para ver baleias é 'sem rumo' e impressiona, relata repórter

    GUSTAVO SIMON
    ENVIADO ESPECIAL A CARAVELAS (BA)

    21/08/2014 02h00

    Leia o relato do passeio que o repórter da Folha fez no litoral sul da Bahia no dia 9 de agosto. Assista também ao vídeo gravado pelo jornalista.

    *

    5h50
    O despertador toca. O passeio só começa às 7h, mas preciso chegar cedo à agência e minha pousada fica a 10 km do centro de Caravelas.

    8h
    Depois de deixarmos o canal do rio Caravelas, parecíamos navegar sem rumo pelo mar. Não parecia, era sem rumo. A guia explica que é impossível saber exatamente o ponto em que há jubartes. E recomendou: "O primeiro que vir sinal delas, avisa!".

    Veja vídeo

    Assista ao vídeo em tablets e celulares

    8h25
    O capitão e um passageiro dizem ter visto o que parecia ser um salto de baleia. Todos os passageiros, que tomavam sol ou descansavam, se agitam e vêm para a proa do catamarã.

    Quando nos aproximamos da baleia, dez minutos depois, percebemos se tratar de um grupo, que a guia estimou em mais de dez exemplares. Não se viu nenhum salto, só dorsos projetados para fora da água e muitos borrifos. Mas uma baleia sai da água bem próxima à proa e um par exibe seus dorsos, minutos depois, quase na popa do catamarã.

    Nossa excitação indicava que o melhor estava por vir. Mas percebo que, sem a ferramenta de disparo contínuo na câmera, pode ser difícil conseguir boas imagens.

    9h30
    Duas baleias aparecem, mas pouco se movimentam. Dois minutos depois de darem as caras, já afundam e não voltam mais. Seguimos viagem.

    10h05
    Já vendo as ilhas de Abrolhos, somos "obrigados" a mudar um pouco o rumo do catamarã: um filhote saltando nos chama a atenção, de longe.

    Antes de chegamos perto, ele logo interrompe os saltos. Mas, ao redor dele, um grupo se revela, e de forma agitada: uma das baleias chega a exibir sua nadadeira peitoral.

    10h40
    Chegamos a Abrolhos. Na água, de azul muito claro, já se avistam algumas tartarugas próximas ao barco.

    Desembarcamos na ilha Siriba, única do arquipélago que pode ser visitada a pé. O território é das aves: atobás e grazinas estão por toda a parte; é possível chegar a poucos centímetros até de seus ninhos.

    Uma trilha de 1,6 km circunda a ilha, mas só caminhamos até uma das extremidades da Siriba, formada por paredes de rocha vulcânica.

    11h30

    Chegamos à costa da ilha Santa Bárbara, administrada pela Marinha. Com snorkel, caio na água para explorar a rica fauna marinha –há, em Abrolhos, exemplares de todas as 18 espécies de coral existentes no Brasil, incluindo uma endêmica, o coral-cérebro.

    Não vejo três tartarugas e uma arraia que um casal relata ter avistado, mas passam por baixo de mim um badejo e centenas de peixes. Depois de almoçar a bordo –salada e macarrão–, deixamos Abrolhos. O catamarã reduz a velocidade: mãe e filhote são vistos ao nosso lado. Uma emoção extra: ela apoia o filhote na cabeça e o leva à superfície para respirar.

    Mais à frente, uma baleia solitária descansa na superfície, plácida –mas afunda quando chegamos perto.

    15h
    Toda a excitação que já tínhamos sentido se multiplica de forma exponencial: primeiro com dois golfinhos se aproximando do barco e, mais longe, interagindo com as baleias.

    O grupo de jubartes é generoso: vejo (e clico) oito caudas fora da água –na ausência de saltos, são essas partes da baleia as que mais empolgam.

    Todos (até os guias) silenciam até o som de um borrifo chamar a atenção. Quando a situação parece ter se acalmado, três ou quatro machos erguem suas nadadeiras ventrais e as batem com força na água. Podemos sentir a força de um animal de 16 metros e 40 toneladas: as batidas das nadadeiras ressoam na água.

    18h15
    Chegamos em Caravelas, com o céu tingido de laranja e rosa. No caminho entre a última avistagem de perto e o fim do passeio, vemos outras baleias; algumas saltando, mas só de longe. Era suficiente.

    Editoria de Arte/Folhapress

    QUEM LEVA PARA VER BALEIAS

    NA BAHIA (tours de barco)

    SAINDO DE CARAVELAS

    Horizonte Aberto R$ 130, de 4 h a 5 h; tel. (73) 3297-1474

    Apecatur R$ 750, com pernoite; tel. (73) 3297-1751

    SAINDO DA PRAIA DO FORTE

    Portomar R$ 170, de 1h30 a 3 h; tel. (71) 3676-0101

    Praia do Forte Turismo R$ 150, de 2 h a 3 h; tel. (71) 3676-1192

    SAINDO DE MORRO DE SÃO PAULO

    Rota Tropical R$ 145, até 3h; tel. (75) 3652-1551

    SAINDO DE ITACARÉ
    Itajubarte: R$ 100, de 3 h a 4 h; tel. (73) 9122-2810

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    EM SANTA CATARINA (AVISTAGEM EM TERRA)

    EM IMBITUBA

    Vida Sol e Mar R$ 50, 1h; tel. (48) 3254-4199

    Taiá Terra de R$ 15 a R$ 50, de 1 h a 2 h; tel. (48) 9936-7878

    EM GAROPABA

    Base Cangulo R$ 60, 5h; tel. (48) 9948-2224

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