• Turismo

    Friday, 03-May-2024 02:34:49 -03

    Parques com baleias estão na berlinda

    DO "GUARDIAN"
    DE SÃO PAULO

    18/09/2014 02h00

    Em agosto, a marca líder em atrações com mamíferos marinhos, SeaWorld, fez um grande anúncio. Após anos se defendendo de críticas em relação à captura de baleias e golfinhos, a empresa disse que construirá ambientes para as orcas dos parques, a fim de "fortalecer o legado como uma empresa que oferece habitats modernos e inovadores para seus animais".

    É um movimento ousado. Mas é possível questionar se o projeto, previsto para abrir em 2018, será suficiente para salvar o parque.

    Em 2013, a empresa esteve no centro do documentário "Blackfish", que trata da morte da treinadora de orcas Dawn Brancheau no SeaWorld da Flórida. Em agosto, as ações da marca caíram.

    Reuters
    An artist rendering of a proposed new Orca environment for SeaWorld theme parks is shown in this publicity photo released to Reuters August 15, 2014. Theme park operator SeaWorld Entertainment Inc said it would build bigger enclosures for its killer whales. SeaWorld has also pledged $10 million for killer whale research and is embarking on a multi-million dollar partnership focused on ocean health, it said. REUTERS/SeaWorld/Handout via Reuters (UNITED STATES - Tags: ANIMALS ENVIRONMENT TRAVEL SOCIETY) ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. REUTERS IS UNABLE TO INDEPENDENTLY VERIFY THE AUTHENTICITY, CONTENT, LOCATION OR DATE OF THIS IMAGE. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. NO SALES. NO ARCHIVES. THIS PICTURE IS DISTRIBUTED EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS ORG XMIT: LOA01
    Projeção artística de como será a nova área do SeaWorld

    As más notícias continuaram nesta semana, quando acionistas entraram com um processo contra o complexo, acusando-o de terem sido enganados quanto ao impacto que o filme teve sobre a visitação nos parques.
    Após 50 anos como uma das marcas mais amadas dos Estados Unidos, a maré virou contra o SeaWorld. O futuro de atrações que exibem baleias e golfinhos para o público nunca foi tão incerto.

    "Estamos em um momento de reflexão", diz Naomi Rose, cientista do Animal Welfare Institute (instituto do bem-estar do animal). Ela passou cerca de 20 anos lutando pela proteção das orcas. "Eu era uma voz no deserto", diz. "Mas agora sou maioria. E o SeaWorld não entende isso."

    De fato, o público vem diminuindo. Uma pesquisa divulgada em maio pelo Whale and Dolphin Conservation (conservação de baleias e golfinhos) e pelo Animal Welfare Institute, mostra que desde 2012 aumentou em 11% o número de pessoas que se opõem ao confinamento de orcas em cativeiros.

    Outro estudo recente revelou que 86% dos turistas britânicos não iriam visitar um parque marinho no exterior.

    Enquanto o SeaWorld diz que recebe milhares de visitantes, outros parques estão respondendo diferentemente.

    Em 2012, o Aquário Nacional de Baltimore (EUA) cancelou shows com golfinhos. Agora, o aquário está pensando em criar um santuário à beira-mar. Outros estão no mesmo caminho. Em setembro, o Aquário Clearwater, na Flórida, anunciou o fim de apresentações com animais. O centro vai se concentrar em reabilitação e pesquisas.

    A pressão não está vindo só do público e de ativistas. A indústria de turismo está reagindo. Neste ano, a Southwest Airlines deu fim à parceria de 25 anos que tinha com o SeaWorld. "Esse setor ter entrado nisso é algo enorme", diz Tim Zimmermann, coautor e produtor de "Blackfish".

    OUTRO LADO

    O SeaWorld não comenta sobre o novo processo. A empresa diz que continuará com os shows, "que são uma forma de estimular mentalmente os animais e de fazer com que eles se exercitem". "O objetivo é educar os visitantes", afirma o complexo.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024