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    Publicitário vai percorrer a América Latina de bike e ensinar sobre o clima

    STEFANIE SILVEIRA
    DE SÃO PAULO

    30/10/2014 02h00

    Nascido em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Rodrigo Cisman, 30, morou por 12 anos na capital paulista até o dia em que o peso da rotina na cidade entrou definitivamente em choque com o estilo de vida que ele gostaria de ter.

    Após um mochilão de quatro meses pelo Uruguai, Argentina, Bolívia e Chile, ele começou a estruturar um projeto para percorrer a América Latina de bicicleta. Nascia aí o Bike America.

    A viagem começou a ganhar corpo quando Cisman decidiu que, além de pedalar e conhecer lugares novos, iria passar ao longo do caminho em escolas públicas para conscientizar crianças e jovens sobre a importância de cuidar da natureza e, especialmente, dos oceanos.

    Iniciado no dia 24 de setembro, o Bike America deve gerar ainda um ensaio fotográfico com imagens da vida marinha, da interferência humana no ambiente e de práticas sustentáveis que reduzem impactos ambientais.
    Ao todo, serão cerca de 45 mil quilômetros rodados, 600 cidades e 19 países visitados, mil mergulhos, 600 escolas visitadas e 50 mil alunos atendidos. A estimativa do cicloviajante é que o trajeto dure pelo menos três anos.

    A viagem começou por São Paulo e seguirá pelo litoral até Manaus. Lá, Cisman atravessará o rio Amazonas, irá até o Peru, descerá pela cordilheira dos Andes até Machu Picchu e subirá pela costa do Pacífico até o México.

    Para concretizar a ideia, o publicitário juntou dinheiro de quando trabalhava na área e vendeu camisetas e canecas com os símbolos do projeto. Algumas empresas também ajudaram com equipamentos para a viagem.

    De acordo com Cisman, o montante reunido não é o suficiente para todo o percurso, mas ele já tem possíveis soluções para isso. "Uma das propostas do projeto é viver com pouco, desapegar de coisas supérfluas. A bicicleta proporciona isso como nenhum outro meio de locomoção. Quero trabalhar no percurso, já que é uma forma de conhecer a cultura local profundamente e economizar com os gastos diários."

    Para se hospedar, além de contar com a ajuda de amigos, conhecidos e desconhecidos que lhe ofereçam um teto, Cisman também vai usar redes sociais para viajantes como o CouchSurfing e o Warmshowers –exclusivo para cicloviajantes.

    "A intenção é conhecer os lugares e as pessoas por onde passo. Então, quanto mais casas e campings conseguir, mais vivência terei. Hotéis estão lá embaixo na lista de lugares para dormir, só em último caso mesmo."

    PREPARO

    Percorrer de bicicleta todo esse caminho não será fácil fisicamente, mas a preparação física não foi uma das preocupações de Cisman, que explica que o trajeto realizado por dia vai depender do que o corpo suportar naquele momento.

    "Como um cicloturista me disse uma vez, o importante é sentar na bicicleta e pedalar. Preparo se pega no caminho. O mais importante é respeitar os próprios limites. "

    Cisman não é ciclista profissional e na hora de escolher a sua companheira de viagem optou pelo melhor custo-benefício: vai usar a bicicleta que tem desde 2007. "É uma mountain bike normal, troquei algumas peças que estavam gastas e pronto", conta ele.

    Isso será uma vantagem, segundo ele, na hora de enfrentar possíveis percalços. Peças mais simples podem ser encontradas em mais cidades e uma bike mais barata é menos visada.

    Ao retornar, Cisman pretende escrever um livro sobre a trajetória, além de morar fora de grandes centros urbanos, trabalhando como mergulhador, fotógrafo e redator.

    Desde a saída, ele já rodou mais de 500 km no sentido do litoral de São Paulo. Para acompanhar a viagem de Cisman acesse o site projetobikeamerica.com.

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