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    Resorts se transformam em spas

    DO "NEW YORK TIMES"

    06/11/2014 02h00

    A ironia não escapou a Paula Thompson, executiva que trabalha em Ohio com programas de bem-estar e não vinha praticando o que pregava. Anos de estresse no trabalho e de uma dieta de estrada a haviam deixado fora de forma e exausta.

    Por isso, Paula, 58, passou duas semanas em um spa em janeiro. Mas não o tipo de spa cheio de mimos e ioga que você talvez tenha imaginado.

    Em lugar disso, ela optou pelo que algumas pessoas talvez não entendam como férias: um spa, sim, mas também uma mistura rigorosa de dieta e acampamento de exercício, com médicos que avaliam os participantes e nada de bebida alcoólica.

    Sandy Huffaker - 14.out.2014/The New York Times
    Hóspedes do Vera Via praticam caminhada
    Hóspedes do Vera Via praticam caminhada

    A escolha dela foi o VeraVia, na praia ao norte de San Diego, um spa que combina suor e saúde e prometia não só fazê-la recuperar a saúde mas ajudá-la a mudar de comportamento.

    O VeraVia, inaugurado há um ano no hotel Park Hyatt em Carlsbad, na Califórnia, está entre os spas que identificaram um nicho lucrativo no campo do bem-estar e saúde. Muitos outros resorts estabelecidos estão se reformulando para atrair o mesmo público-alvo: executivos ricos, bem sucedidos e estressados.

    No Canyon Ranch, em Massachusetts, parte de uma cadeia conhecida por seus programas de cura, agora há programas de dois, quatro e cinco dias dirigidos a executivos; os programas incluem um teste de estresse, exame físico completo, avaliação cardiológica e uma consulta com um especialista em medicina interna. O Pritikin Longevity Center, o avô dos spas, em uma mansão em estilo mediterrâneo em Miami, oferece um exame físico executivo além de seu programa básico de saúde, bem-estar e spa.

    E o Golden Door, no passado parada de atores que se preparavam para papéis e roqueiros se recuperando de turnês, ao sul de Los Angeles, oferece um programa que cuida de tudo para os executivos estressados, até das roupas que eles usam no spa. Eles só precisam escolher a semana.

    E entregar o cartão de crédito. Independentemente do tipo e quantidade de médicos envolvidos, nenhum desses programas é barato e na maior parte dos casos as despesas não são cobertas por planos de saúde.

    Preço salgado
    O Golden Door cobra US$ 8.850 (R$ 22.125) por sete dias. O Canyon Ranch, US$ 5.310 (R$ 13.275) por seu pacote de saúde executiva, mas isso se soma a US$ 3.590 (R$ 8.975) por quatro dias de diárias. O Pritikin tem preço inicial de US$ 3.475 (R$ 8.687) por duas semanas, mas o exame físico completo, que custa mais US$ 3.900 (R$ 9.750), é cobrado por fora.

    Os preços significam que, para todo mundo exceto os executivos mais bem pagos, programas como esse não podem ser excursões anuais.

    Paula disse que gostaria de voltar para uma nova dose, mas que isso não cabia em seu orçamento do ano que vem. O VeraVia tem custo médio de US$ 1.000 (R$ 2.500) ao dia.

    Durante a estadia, diz ela, o programa obrigatório começava com caminhada às 7h30, e ela não retornava ao quarto até depois do jantar, pelo menos 12 horas mais tarde.

    Havia palestras sobre as origens emocionais do hábito de comer demais, diversos tipos de exercício, alimentação restrita, visitas a lojas de alimentos para aprender como ler rótulos e sessões com psicólogo ou nutricionista.

    Recentemente, quando Paula viu que não estava mais perdendo peso, percebeu que precisava voltar ao rumo.

    Ligou para o nutricionista da VeraVia que a atendeu durante sua visita. Ela já tinha perdido mais de 13 quilos e abandonado o remédio para azia que usava há anos. A conversa, diz, a ajudou a manter o foco.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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