Com os cachorros Mayo e Fernet já na água, o barco parte para a primeira meia hora de rafting no rio Juramento, em Salta –cidade também chamada de La Linda pelos argentinos.

É o tempo para os turistas aprenderem a remar.

Em um esquema de "treinamento militar light", o guia Frank dispara palavras de ordem para acertar a movimentação do barco, entre momentos de brincadeiras e de água na cara. Quando o bote se aproxima de outro, os "aventureiros" iniciam uma guerra batendo com os remos na superfície do rio, encharcando os "adversários".

Depois, são mais duas horas de percurso intenso, com 15 corredeiras: cinco delas em nível de dificuldade dois, em uma escala que vai até seis, e dez em nível três. Uma delas é tão traiçoeira que derrubou um dos remadores.

O barco segue a correnteza do rio, que leva por entre os cânions que margeiam os 12 quilômetros do trajeto.

Nos momentos de descida mais suave, Frank ordena: "Parem de remar!". É a hora ideal para descansar os braços e colocar os olhos para funcionar.

A paisagem é uma belíssima mistura de tons: o verde dos arbustos, das algarobeiras (árvores típicas da América do Sul) e das palmeiras que pintam os cerros, o azul-escuro do céu e a mescla do cinza com o vermelho das formações rochosas, que, calcula-se, há 65 milhões de anos eram praias oceânicas onde viveram animais pré-históricos.

Há horas em que o guia chama a atenção para formações curiosas: em um morro, a vegetação parece uma iguana –mas é preciso boa dose de criatividade para conseguir enxergar o animal na rocha. Em um paredão, vê-se uma rocha semelhante ao mapa da América do Sul –este, com mais facilidade.

Nos 500 metros finais, um dos cachorros salta do bote para nadar com seu colega. É a senha para que todos façam também seu mergulho no rio, cuja água tem uma temperatura agradável na primavera e no verão.

Na margem, o ônibus está aguardando para levar os remadores ao ponto em que o rafting começou.

De volta, Pibe, um senhor com seus 60 e poucos anos e com um vistoso bigode à la Belchior, já preparou o churrasco (pago à parte). A aventura acaba com os turistas com os braços cansados, mas de barriga cheia.

ATENÇÃO

Tome um café da manhã reforçado; o passeio começa às 8h, é desgastante fisicamente, e o churrasco só é servido às 13h30

Da agência, onde é o ponto de encontro dos turistas, ao local de início do rafting, há um percurso de 100 km, feito de van

O uso de botas e macacão de neoprene e coletes salva-vidas é obrigatório; tudo já está incluído no preço

Aventure-se
Quem leva Salta Rafting
Quanto 200 pesos argentinos (R$ 60) o traslado de Salta até o rio; 360 pesos (R$ 110) o passeio e 70 pesos (R$ 20) o churrasco
site saltarafting.com