• Turismo

    Saturday, 27-Apr-2024 02:48:14 -03

    Olho de Boi, em Búzios (RJ), surpreende com a vista

    CHICO FELITTI
    ENVIADO AO RIO DE JANEIRO

    22/01/2015 02h00

    Tudo azul, todo mundo nu. E meio exausto: para chegar à praia Olho de Boi, em Búzios (RJ), é preciso suar a camisa (ou o torso onde haveria uma camiseta, caso não se tratasse de reduto naturista). Mas o esforço se justifica assim que a água transparente aparece.

    A trilha que leva da praia Brava até lá é insidiosa. Meia hora de cansaço depois, você vai perder o que restou de fôlego com a vista: águas de um azul mediterrâneo banham a praia, que mistura areia com pedra.

    Ao contrário de Abricó, também no Rio, a nudez é mais um pedido, feito numa placa, do que uma ordem. Uma vez naturalizado, as opções são andar pela faixa de areia, o que leva menos de 15 minutos, ou amainar o calor com a água gelada e calma.

    O mergulho perto das pedras permite ver a vida submarina, que abunda no local. Peixes, arraias, cavalos-marinhos e outras criaturas dão as caras sem timidez.

    De companhia humana, só uma barraca. A caipirinha de cachaça é doce, ainda que um tanto salgada –R$ 30 por quase meio litro. Os preços de cadeira e de guarda-sol variam de R$ 20 a R$ 40, a depender do sotaque do freguês.

    "Não me senti confortável", diz a sueca Susanna Emelie, 25, que visitava pela primeira vez o Brasil. "Os preços são altos e as pessoas, ou melhor, os homens olham demais."

    Numa manhã de domingo, eram poucas as pessoas na praia, oficializada em 1994. Além de um grupo de paulistas e de duas suecas, havia alguns homens encostados no paredão de pedra, que pareciam interagir com sua nudez.

    Caso o pudor bata, não pense que o mar vai esconder algo: a água é transparente a ponto de ver se a pedicure dos colegas está em dia.

    PERFIL agito
    Acesso fácil? não
    Nudismo é obrigatório? não
    Homem pode ir sozinho? sim
    Tem infraestrutura? sim, mas com restrições

    CLIMA MEIO PESADELO AINDA ME ASSOLA
    Por Chico Felitti

    "Ao chegarmos (seis primos, de 12 a 15 anos) a uma praia de nudismo (não oficial) na BA, esperávamos ser recompensados com a recíproca do sexo oposto –que não acontecia. O mesmo clima, meio transgressor, meio pesadelo, ainda me assola. Mas cinco minutos em Abricó e o constrangimento se foi. Parecia até que eu tinha nascido nu."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024