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    Blocos de carnaval de rua atraem foliões que curtem de rock a sertanejo

    STEFANIE SILVEIRA
    DE SÃO PAULO

    29/01/2015 02h00

    Na capital paulista, a libertação do Carnaval de rua agregou à festa até os punks, que agora ficam na cidade nos dias de folia.

    Criado no ano passado, o bloco 77 Originais do Punk surgiu do desejo de "se sentir representado tocando o que gosta", diz Emerson Barreto, 42, um dos fundadores.

    "No dia em que saímos, muitas pessoas da minha idade, que curtiam o punk rock lá atrás, levaram seus filhos e tinha um monte de criança jogando confete para cima. Todas as tribos estavam se divertindo."

    Essa pluralidade combina com a gênese da festa, de livre manifestação, diz Rachel Teixeira Valença, autora do livro "Carnaval: para Tudo se Acabar na Quarta-feira" (ed. Relume-Dumara). "A rua é o espaço da liberdade."

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Carnaval de rua de Olinda
    Carnaval de rua de Olinda

    Mesmo numa cidade como Salvador, onde impera o axé, há espaço para outros estilos, como o instrumental eletrônico da banda Baiana System –que tocará em trio independente sem cordas.

    Já em Ouro Preto (MG) há blocos como o Gaiola de Ouro, que toca sertanejo, e o Bandalheira Folclórica Ouropretana, que faz alusão às marchas militares.

    No Rio, a maior parte dos blocos foca nas marchinhas e no samba. E, lá, uma tradição é sair fantasiado pelas ruas.

    As amigas paulistanas Luísa de Moura Roberto, 25, e Julia Paccola, 26, começam a costurar suas roupas dois meses antes e vão juntas para o Rio desde 2011. "A cidade respira a folia. A gente espera o ano todo por isso", diz Luísa. "Os blocos têm muita diversidade, há fanfarra, marchinha."

    Em Olinda (PE), um dos grupos também atrai fantasiados –é o Enquanto Isso na Sala de Justiça, em que os foliões se vestem como super-heróis: Wolverine, Homem-Aranha e Mulher-Maravilha.

    Já em São Paulo a vestimenta não é um item tão comum. "Aqui, quem faz o Carnaval são os paulistanos que ficam na cidade. No Rio, há mais turistas. Acho que, quando você é turista, é muito mais fácil se vestir de forma diferente", diz Eduardo Piagge, 31, um dos diretores da Confraria do Pasmado.

    O bloco, da Vila Madalena, em São Paulo, toca samba-enredo, marchinhas e outros clássicos carnavalescos.

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