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    Crise da água

    Em hostel, turista usa água do banheiro para fazer o jantar

    STEFANIE SILVEIRA
    DE SÃO PAULO

    05/02/2015 02h00

    A crise hídrica enfrentada por São Paulo já pressiona os hostels da cidade a se adaptarem. A Folha consultou dez albergues de todas as regiões da capital paulista. Em cinco, os problemas com a interrupção no abastecimento forçaram a busca por alternativas.

    No Hostel Alice, na zona oeste, foi preciso levar os hóspedes para tomar banho na casa da proprietária do local, na semana passada. Em janeiro, o hostel chegou a ficar dois dias totalmente sem água. "Estávamos comprando água mineral para escovar os dentes", diz o funcionário Victor Lima Santos, 25.

    O local instalou dois novos reservatórios de mil litros para conter o problema, que já causou revolta entre os hóspedes. "Já teve gente que foi embora e que fez barraco."

    Na mesma região, o Sampa Hostel instalou uma nova caixa-d'água de 2.000 litros e tem planos de colocar mais duas. O local fecha a cozinha quando a água acaba, e enfrenta problemas por isso.

    "Um grupo de hóspedes de Israel chegou à noite sem dinheiro para jantar fora. Eles pegaram água do banheiro para cozinhar. Acho que eles vão sair daqui falando mal do Brasil", diz o funcionário Danilo Rodrigues de Souza, 21.

    Reinaldo Canato/Folhapress
    Hóspede e funcionário do Vila Madalena Hostel levam água do banheiro para a cozinha
    Hóspede e funcionário do Vila Madalena Hostel levam água do banheiro para a cozinha
    Reinaldo Canato/Folhapress
    Turista e funcionário do Vila Madalena Hostel lavam louça com água do banheiro
    Turista e funcionário do Vila Madalena Hostel lavam louça com água do banheiro

    No Vila Madalena Hostel, a situação é igual. A caixa só abastece o banheiro e, quando a água da rua acaba, é preciso recorrer ao chuveiro.

    A Sabesp diz que os locais estão sujeitos a manobras de redução de pressão para combate de perda de água. A companhia afirma que estão sendo feitas reavaliações no período da redução de pressão e ajustes de horários em determinados pontos.

    Segundo a empresa, alguns locais não conseguem, muitas vezes, receber a água em tempo de encher os reservatórios, já que estão em pontos mais altos e distantes das estações.

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