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    Turista madruga e precisa de disciplina em expedição fotográfica

    DÉBORA YURI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    12/02/2015 02h00

    Ela tinha acabado de chegar a Bangcoc. Com o calor e o fuso horário da capital tailandesa, tropeçou na escada de um templo e caiu.

    "A primeira coisa que o grupo me perguntou foi: 'Está tudo bem com o seu equipamento? Quebrou alguma coisa?'. Só quando respondi que ele estava intacto, lembraram que eu podia ter me machucado", conta a analista de relações internacionais Fernanda Junqueira, 31, que fez workshops fotográficos na Tailândia, Mianmar e Nova York.

    Fernanda tem o perfil de turista que cresce no mundo: aquele que quer viajar para se aprimorar em algum hobby, seja ele cerveja, gastronomia, dança ou arquitetura –no caso dela, fotografia.

    Mas participar de uma expedição fotográfica é puxado: para aproveitar a luz do amanhecer, a regra é acordar ainda na madrugada.

    "Levantamos cedo para ver o nascer do sol, comemos em horários não tradicionais e, muitas vezes, só voltamos ao hotel à noite", diz o publicitário Frederico Steinhoff, 35, que participa de expedições.

    Depois, os grupos ainda editam as fotos, selecionam as melhores, mostram aos colegas e recebem a avaliação do professor. A maior lição, para Steinhoff, foi desenvolver o olhar. "A Índia, por exemplo, é um país complexo. Aprendi a ver seu povo. Sempre acho que olho para o mundo com mais atenção quando estou com uma câmera na mão."

    O fotógrafo Cristiano Xavier, que criou a agência especializada em roteiros fotográficos OneLapse em 2014, teve todos os seus quatro grupos preenchidos no ano de estreia. Em 2015, vai oferecer o dobro de viagens temáticas. Entre os destinos, estão Arizona, Atacama e Patagônia.

    "Existe um aumento na procura por viagens diferentes dos programas comuns do turismo", diz. "A imersão na cultura local e locações em horários específicos, sem a presença de outros turistas, modificam a experiência de viajar."

    Para Paula Rocha, uma das idealizadoras da Casa Neo 10, viagens tradicionais já foram feitas "exaustivamente" pelas pessoas, que passaram a buscar diferenciais. "Elas percebem que é muito mais fácil reter o conhecimento adquirido em viagens do que no cotidiano", compara.

    De maneira geral, as expedições não são baratas. Para aliviar o orçamento de parte do público-alvo, o site Sabiar vende apenas as experiências nos destinos, permitindo ao viajante contratar passagens, hospedagem e fazer refeições por conta própria.

    "Temos dois públicos grandes", diz a criadora do site, Adriana Lima. "Quem tem mais de 50 anos gosta de ser mimado, mas muitos casais jovens são pessoas que terminaram a faculdade e querem aproveitar uma experiência diferente sem gastar demais."

    Antes de embarcar rumo a uma expedição fotográfica, pergunte se é necessário levar algum equipamento mínimo, já que algumas delas exigem determinados tipos de lente. Um safári, por exemplo, requer uma teleobjetiva; festivais culturais ou religiosos, com muita gente reunida, uma boa grande-angular.

    OFICINAS

    Casa Neo 10
    PRÓXIMA Andes peruanos, com Romulo Fialdini, de 29/5 a 6/6
    A PARTIR de preço sob consulta
    MAIS casaneo10.com.br

    Viajologia Expedições
    PRÓXIMA Mongólia, com Haroldo Castro, de 29/6 a 14/7
    A PARTIR de US$ 5.920 (R$ 16.460; sem aéreo)
    MAIS viajologia.com.br

    Sabiar
    PRÓXIMA Nova York, com Jamie Diamond
    A PARTIR de R$ 323 (por sete horas)
    MAIS sabiar.com

    OneLapse
    PRÓXIMA Patagônia, com Cristiano Xavier, de 11 a 18/4
    A PARTIR de US$ 3.790 (R$ 10.535; sem aéreo)
    MAIS onelapse.com.br

    Madalena Centro de Estudos da Imagem
    PRÓXIMA México, com Claudi Carreras, no final de outubro
    A PARTIR de US$ 3.500 (R$ 9.920; sem aéreo)
    MAIS madalenacei.com.br

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