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    Folha viaja à Holanda e segue os passos do pintor Rembrandt

    LUISA ALCANTARA E SILVA
    ENVIADA ESPECIAL À HOLANDA

    19/02/2015 02h00

    Uma cidade portuária em pleno crescimento econômico, com mercados e canais sendo construídos a todo vapor. Nas margens, casas de ricos comerciantes. A população era então de cerca de 150 mil habitantes.

    Assim era a Amsterdã de 1639, quando Rembrandt decidiu trocar sua cidade natal, Leida, pelo novo centro comercial dos Países Baixos.

    Hoje, 376 anos depois, a capital holandesa é cheia de hotéis, bares, restaurantes e coffee shops. Possui cerca de 40 museus –São Paulo, sete vezes maior, possui 157.

    Creativenature.nl/Fotolia
    Centro de Amsterdã
    Centro de Amsterdã

    No total, são 120 canais, tombados como patrimônio cultural pela Unesco, e 822 mil habitantes (mais 9 milhões de turistas por ano) a circular pelas ruelas de seu centro.

    Mas ainda estão lá muitas lembranças da época da Idade de Ouro dos Países Baixos, entre 1584 e 1702, cujo maior expoente nas artes foi o pintor holandês.

    Passeando pela cidade, uma casa na Jodenbreestraat ("straat" lembra "street", que é... rua) chama a atenção com suas portas e janelas verdes. É a entrada da Rembrandt Huis, ou Casa de Rembrandt. Foi naquele imóvel de quatro pisos que ele morou e trabalhou de 1639 a 1658.

    O visitante fica sabendo que o pintor gostava de tirar uma soneca durante o trabalho: em uma das salas em que trabalhava, há uma inusitada cama, dentro de um armário de madeira entalhada.

    Ao observar as paredes cheias de pinturas que Rembrandt comprava, é possível descobrir por que o mestre declarou bancarrota, em 1658 –quando se tratava de arte, ele gastava sem limite, inclusive recomprava obras suas.

    A casa foi adquirida pouco antes de ele começar a pintar o óleo "A Ronda Noturna" (1640-1642), que pode ser visto no Rijksmuseum, principal museu holandês, reaberto no ano passado depois de dez anos em reforma.

    E o Rijks, como os holandeses chamam a instituição (pronuncia-se Réaix), inaugurou na semana passada a maior exposição do período final de produção do mestre holandês, entre 1651 e 1669, ano em que ele morreu.

    Divulgação
     O "Autorretrato com Dois Círculos" (1665-1669), é um dos sete autorretratos da da mostra
    O "Autorretrato com Dois Círculos" (1665-1669), é um dos sete autorretratos da da mostra

    A mostra "Late Rembrandt" já passou pela National Gallery, de Londres, mas, na terra natal do pintor, ganhou outras quatro obras. Para quem quer ir a Amsterdã, é mais um motivo. Fica em cartaz até 17 de maio.

    Para a comemoração da mostra, o museu criou passeios a pé e de barco inspirados na vida do pintor.

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    80 obras, entre pinturas e desenhos, estão na mostra "Late Rembrandt"; os trabalhos foram divididos em dez temas ligados à vida do pintor (1606-1669), como Obsessões e Técnica Experimental

    Divulgação

    O óleo conhecido como "Claudius Civilis" (1661-1662), exposto na mostra, é o que restou do original (foto acima); após ter o trabalho rejeitado, o pintor teria cortado a tela em um acesso de fúria

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    Casa de Rembrandt
    ONDE Jodenbreestraat, 4
    Quanto € 12,50 (R$ 40)
    Mais rembrandthuis.nl

    "Late Rembrandt"
    Onde Rijksmuseum, na Museumstraat, 1
    Quanto € 25 (R$ 81)
    Mais rijksmuseum.nl

    A jornalista viajou a convite da Holland Alliance, que reúne empresas holandesas

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