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    Contra crise, moda no Japão são hotéis a preços baixos e com espaço mínimo

    DA REUTERS

    10/06/2015 07h00

    Com os números de turistas e de preços de hotéis no Japão subindo graças a um iene desvalorizado, empreendedores têm colocado a criatividade para funcionar em um novo nicho de acomodações cheias de estilo, mas baratas, em beliches, cabines e compartimentos de todos os formatos e tamanhos.

    A diária para uma noite em um quarto duplo pequeno de hotel com serviço limitado na área central de Tóquio pode custar até 30 mil ienes (US$ 240, ou R$ 750) hoje. Mas, se você procurar um pouco mais, pode ir para a cama com conforto por uma fração desse valor.

    A apenas dez minutos de caminhada do famoso bairro de compras Akihabara, em Tóquio, um prédio branco de oito andares chamado Grids fica entre blocos residenciais e de escritório. O hotel, uma conversão de um edifício comercial de 34 anos, aberto em abril, oferece quartos que custam de 3.300 a 5.000 ienes (R$ 82 a R$ 125) por pessoa.

    A cama de um beliche em um quarto compartilhado é a opção mais barata, e inclui chinelos, toalha de banho e o uso de um armário com chave.

    Uma habitação standard dupla, de 12 metros quadrados, com chuveiro e vasos sanitários compartilhados, custa 3.600 (R$ 90) ienes por pessoa. Se você veio com família ou amigos, o último andar tem um quarto premium, de 28 metros quadrados, com tatames em um piso elevado, onde os hóspedes também podem colocar futons para até quatro pessoas, com custo de 5.000 ienes (R$ 125) por pessoa.

    "Converter um prédio de escritórios em hotel é uma maneira ideal de responder à imediata necessidade por leitos de hotéis", disse Yukari Sasaki, executivo da Sankei Building, incoroporador do Grids. "Construir um hotel do zero custa hoje muito dinheiro, por causa dos altos custos de construção".

    Geralmente, leva-se cerca de três anos para construir um novo hotel; a Sankei gastou menos de um ano para abrir o Grids desde que começou a planejá-lo, no último verão [do hemisfério norte].

    A empresa já prepara outra propriedade para o Grids, no distrito de Nihonbashi, próximo à estação Tokyo, e está planejando novos empreendimentos em Kyoto e Osaka.

    Um recorde de 13,4 milhões de estrangeiros visitou o Japão no passado, em parte graças a um iene desvalorizado. O país quer aumentar esse número para 20 milhões até 2020, ano da Olimpíada de Tóquio, e para 30 milhões até 2030.

    CABINE DE AVIÃO

    A First Cabin também possui hotéis em prédios que antes eram comerciais em seis cidades pelo mundo. A rede cobra cerca de 5.500 ienes (R$ 137) por uma "cabine de classe executiva", com uma cama de solteiro e mais nenhum espaço adicional. Isso representa pouco mais de uma unidade de um dos famosos hotéis-cápsula japoneses, mas há um pé-direito suficiente para os hóspedes ficarem em pé. Por mais cerca de mil ienes (R$ 25), você consegue uma "cabine de primeira classe", com espaço para abrir uma mala e se trocar.

    O First Cabin em Tsukiji, próximo ao famoso mercado de peixes de Tóquio, é um prédio de escritórios que passou por retrofit, com um café no térreo, que vira um "wine bar" à noite. Hóspedes tomam banho em banheiros coletivos, para até dez pessoas.

    Também há "hotéis de nove horas", baseados na ideia de que pessoas dormem por sete horas e precisam de uma hora antes e depois do sono, em Kyoto e no Aeroporto Internacional Narita.

    Eles caracterizam-se por "módulos de dormir", similares às dos hotéis-cápsula, mas são mais elegantes e alegam possuir colchões melhores.

    "Nosso serviço se limita a camas e chuveiros", disse Takahiro Matsui, CEO da Nine Hours Inc, que comanda o hotel. "Mas entregamos a melhor qualidade no que oferecemos."

    O Nine Hours de Kyoto fica em um edifício de nove andares, com 125 módulos; o de Narita ocupa um amplo andar em um prédio comercial.

    A empresa planeja abrir mais hotéis Nine Hours no futuro, segundo Matsui.

    Finalmente, para os querem uma experiência mais interativa, a rede de hotéis Sakura, fundada em 2007 em Tóquio, organiza tours que incluem passeios para ver lutas de sumô, visitas aos locais de treino dos lutadores e até a aulas de sushi. Os preços de diárias variam de 3.000 ienes (R$ 76) por pessoa, em um beliche, a cerca de 7.000 ienes (R$ 177) por um quarto de solteiro.

    Tradução de GUSTAVO SIMON

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