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    Turistas veem clima tranquilo na Grécia, apesar de risco de calote

    DA REUTERS

    24/06/2015 07h00

    Maurício Kanno - 1º.set.11/Folhapress
    O Partenon, na Acrópole de Atenas (Grécia)
    O Partenon, na Acrópole de Atenas (Grécia)

    Turistas que exploravam localidades históricas de Atenas na última segunda-feira (22) disseram não estar preocupados com a crise da Grécia –e o risco de calote–, apesar de avisos de algumas agências de viagens de que caixas automáticos poderiam ser fechados.

    Só os trepidantes passeios de ônibus que passam próximo a protestos de rua quase diários lembravam que eles estavam visitando um país com problemas.

    "Você sente a crise quando está no ônibus, porque sente os buracos. Algumas coisas estão degradadas", disse o turista britânico Marcus Larbalestier. "Fora isso, tudo certo por enquanto."

    A Grécia está envolvida em um processo de negociações com os credores em Bruxelas para garantir um acordo que evite o calote da dívida, que, no limite, poderia forçar sua saída da zona do euro.

    Falhar nos termos desse acordo poderia forçar Atenas a impor o controle de capitais para bloquear a saída de bilhões de euros dos últimos dias, apesar de o governo grego ter negado esse plano.

    A crise levou o tabloide britânico "Daily Express" a alertar seus leitores na semana passada de que viajantes indo para a Grécia deveriam ficar atentos à possibilidade de caixas automáticos serem desligados, depois de agências orientarem clientes a levar dinheiro vivo, além de cartões de crédito.

    Entretanto, apesar dos avisos, o apetite dos turistas para alguns dias nas ilhas gregas parece apenas um pouco reduzido, com uma demanda ainda robusta por pacotes turísticos.

    Ao final dos degraus da colina de Acrópole, que abriga um dos mais famosos templos antigos gregos, a turista australiana Denise Tilley não estava preocupada –em vez disso, esperava que sua visita pudesse fazer uma diferença positiva.

    "Não estamos tensos. Ficamos felizes de contribuir para a economia grega", disse.

    O turismo contribui com pouco menos de um quinto da economia da Grécia e é chave nos esforços do país para sair da recessão depois de anos de austeridade severa e intranquilidade política.

    Alguns passos além, no museu de antiguidades da Acrópole, um casal de visitantes do Canadá deu risada quanto perguntado se teria abastecido o cofre do hotel com dinheiro vivo.

    "Quando dissemos que viríamos para a Grécia, as pessoas nos diziam que seríamos pegos pela crise, mas tudo está correndo bem", disse Colin Cash, acrescentando que ele estava, de qualquer forma, um pouco preocupado com possíveis protestos de rua.

    O americano Seye Ewedemi, da Califórnia, disse que estava tenso com as manifestações, depois de, junto com sua família, ter sido surpreendido por um comício antiausteridade em frente a seu hotel, na região central de Atenas, no domingo.

    "Escapamos rapidamente, em caso de a polícia agir", disse, acrescentando que as coisas estavam tranquilas.

    Daniela Dolce, turista de um país que foi manchete no mundo inteiro pelo calote na dívida, afastou a possibilidade de preocupações: "Sou argentina, passamos por isso o tempo todo."

    Dimitris Christodoulakis, que trabalha na recepção de um hotel próximo à praça Syntagma, disse que vários clientes têm começado o dia sacando dinheiro dos caixas eletrônicos –para o caso de alguma emergência.

    "Mas ninguém tem ligado antes de vir perguntando se temos cofres", acrescentou.

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