• Turismo

    Saturday, 27-Apr-2024 18:08:44 -03

    Após ditadura, Mianmar se abre a turistas, mas mantém controles

    BÁRBARA RAFFAELI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MIANMAR

    25/06/2015 02h00

    Fernando Velasco/Folhaopress
    Pagode Thatbyinnyu (à esq.) é o templo mais alto de Bagan
    Pagode Thatbyinnyu (à esq.) é o templo mais alto de Bagan

    Mianmar vive uma dualidade em suas fronteiras.

    Ao mesmo tempo em que tenta atrair turistas após décadas de veto a estrangeiros, o país ganha destaque no noticiário há dois meses por uma crise migratória: milhares de pessoas, grande parte da perseguida minoria muçulmana rohingy, têm tentado fugir de lá em barcos precários e ficado à deriva no mar após terem entrada recusada em nações do sudeste asiático.

    Localizado entre Tailândia, China, Índia e Bangladesh, o país tem a história recente marcada por um governo militar opressivo que o comandou de 1962 a 2011 –neste ano, a junta militar foi dissolvida após eleição geral e deu-se início a uma abertura, após anos de isolamento.

    A abertura das fronteiras revelou o potencial turístico do país. Em 2012, foram pouco mais de 800 mil pessoas. Em 2014, o número saltou para mais de 3 milhões.

    O governo ainda impõe regras aos visitantes. Por exemplo, nem todos os hotéis podem receber turistas estrangeiros, apenas os que têm autorização especial. Também não é permitido se hospedar em casas ou pegar carona.

    E para viajar de ônibus é preciso estar ciente de que postos de controle estão instalados em muitos pontos nas estradas para checagem de documentos.

    Apesar dos percalços e da rigidez, o país revela cenários belíssimos, com destaque para Bagan, no centro do país.

    A cidade reúne mais de 2.000 impressionantes templos, "stupas" e pagodes (tipos de construções budistas) que foram construídos entre os séculos 11 e 13 e ficam espalhados por quase 70 km².

    Há os que preservam pinturas em seu interior, os que servem para as preces silenciosas dos peregrinos locais que percorrem longas distâncias movidos pela fé, os que ostentam Budas gigantes e os que permitem subir ao topo para apreciar o pôr do sol.

    Ao cair da noite, alguns desses templos ganham iluminação. Ao longe, pode-se ouvir as badaladas dos sinos dos monastérios que circundam a região.

    Não há sequência para explorar os templos de Bagan. A regra é descobrir cada um do seu jeito. Podem ser dois os pontos de partida para essa aventura –eles ficam separados pela área onde estão os templos. A simples vila de Nyaung U ou a New Bagan, onde hotéis mais sofisticados estão se instalando.

    Os empreendimentos de luxo, aliás, são uma aposta do país –às margens de um dos seus maiores cartões postais, o lago Inle, por exemplo, avistam-se novos resorts sobre a água.

    *

    PARA ENTRAR
    Mianmar exige visto para brasileiros. Para quem chega de avião (Yangun, Mandalay e Nap Pyi Taw), é possível se inscrever pela web (evisa.moip.gov.mm) e retirar o documento no aeroporto. Quem chega por terra precisa tirar o visto antes

    QUANDO IR
    De novembro a fevereiro as temperaturas são mais amenas. No período entre maio e outubro é a temporada das monções no Sudeste Asiático e chove praticamente todos os dias. Nesses meses as estradas ficam comprometidas

    COMO PAGAR
    A moeda oficial do país é o kyat (R$ 1 vale 360 kyats). É possível sacar dinheiro em caixas eletrônicos de grandes cidades como Yangun e Mandalay. Pagar com cartão de crédito, entretanto, é praticamente impossível

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024