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    Brasil é esquecido em evento de turismo em Madri

    ZECA CAMARGO
    ENVIADO A MADRI

    25/06/2015 02h00

    O preço das passagens aéreas está subindo ou elas estão cada vez mais baratas? Descontando a desvalorização do real em relação ao dólar, a resposta depende de para quem você perguntar"¦

    Se for para Michael O'Leary, diretor-executivo da Ryanair –que praticamente inventou o mercado de passagens aéreas baratas–, as companhias tradicionais só aumentaram seus preços de 2012 para cá e têm um único objetivo: tirar até o último centavo dos passageiros.

    Se fizer a mesma pergunta para Tony Tyler, diretor-geral da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), vai achar que os preços, na verdade, estão baixando. Nós, no Brasil, que ainda não pudemos experimentar o que é realmente uma empresa aérea de baixo custo, tendemos a concordar com O'Leary.

    Mas, segundo ele, tudo pode mudar em breve. Quando alguém perguntou sobre a possibilidade de a Ryanair inaugurar um voo transatlântico por, digamos, US$ 50 (R$ 150), sua resposta foi fulminante: "Por que não pensar em um bilhete por US$ 10 (R$ 30)?", questionou. Ele pode estar sendo apenas um marqueteiro, mas este é o cara que virou de cabeça para baixo o cenário mundial da aviação comercial...

    Será que passagens mais baratas aumentariam o interesse de estrangeiros pelo Brasil? O debate entre O'Leary e Tyler aconteceu no evento promovido pela "The Economist", em Madri, que incomodou este observador brasileiro não por algo que estava presente, mas ausente: justamente o Brasil (e a América Latina, em geral).

    Logo na abertura, Taleb Rifai, secretário-geral da UNWTO (Organização Mundial do Turismo, na sigla em inglês) deu um dado interessante. Em 1950, havia cerca de 25 milhões de pessoas viajando pelo mundo. Em 2014, já éramos quase 1 bilhão de viajantes! Impressionante, não é? Ainda mais quando ele completa que 50% dessas pessoas viajam para países em desenvolvimento. Aí vem o choque.

    Seus exemplos de destinos vão da África ao Sudeste Asiático. E o Brasil não foi lembrado nem uma vez. Os maiores responsáveis pelo crescimento nas viagens recentemente foram os chineses. Rifai falou em russos, indianos, europeus do leste... Só não falou de brasileiros.

    O lado positivo disso é que temos uma grande oportunidade de crescimento aí. A Copa talvez tenha ajudado a mudar isso, e torço para que a Olimpíada reforce nossa imagem positiva. Mas, por enquanto, somos apenas uma curiosidade –ou uma oportunidade desperdiçada num universo de turismo que não para de crescer.

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