Em agosto de 1960, os Beatles não eram famosos sequer na própria cidade natal, Liverpool, quando desembarcaram em Hamburgo, no norte da Alemanha, para uma temporada de shows. Embora os quase cinco meses que passaram por lá tenham mudado a história da banda para sempre, deixaram poucas marcas no lugar.

Hamburgo não cultua muito a memória do grupo, mas a região boêmia onde os Beatles se apresentavam ainda tem os sinais da temporada de meio século atrás.

É o caso de St. Pauli, bairro onde fica o Red Light District (distrito da luz vermelha), região alternativa da cidade. Localizada às margens do rio Elba, serve de acesso ao terceiro maior porto da Europa. Pelas ruas, misturam-se restaurantes, bares, casas de striptease e sex shops, alguns tão grandes que chegam a ter o tamanho de lojas de departamentos.

Foi nesse bairro, em duas casas, que os Beatles se apresentaram em 1960.

A banda ainda era um quinteto, com Stuart Sutcliffe no baixo e Pete Best na bateria. Paul ficava a cargo da guitarra (mais tarde se consagraria tocando baixo) e Ringo, que assumiria a bateria no futuro, coincidentemente se apresentava na cidade com uma outra banda.

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A não ser por avisos na porte, as casas de show Keiserkeller e Indra pouco lembram dos tempos em que receberam os Beatles.

Na primeira, há não mais do que um cartaz da época anunciando a agenda da casa. Na porta do Indra, uma placa indica que, no dia 17 de agosto de 1960, a banda fez ali seu primeiro show na cidade, em um "difícil início de carreira".

Na Reeperbahn, uma importante avenida do distrito, a Beatles Platz (praça) lembra a banda com esculturas de metal que mostram a silhueta dos músicos.

O lugar é parada obrigatória para turistas em uma cidade que pouco lembra da memória da banda, principalmente depois que o deficitário museu particular Beatlemania foi fechado, em 2012 –foram 150 mil visitantes em três anos.