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    Terra do rei Arthur, Cornualha reforça turismo com herança celta

    MARI CAMPOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA INGLATERRA

    30/07/2015 02h00

    Dona de cultura singular (e até de um idioma próprio, já em desuso), a Cornualha, na Inglaterra, ficou famosa por castelos, vilarejos pacatos, heranças celtas e as lendas do rei Arthur –que, acredita-se, nasceu ali, em Tintagel.

    Mas, nos últimos tempos, suas praias e trilhas –cenário da série de TV "Poldark", sucesso no país– ganharam fama. Hoje, o turismo suplantou a mineração como principal fonte de renda local.

    De Londres, uma jornada de trem de cinco horas leva à estação final de Penzance.

    Onde fica

    A cidadezinha à beira-mar, discreta, foge do roteiro mais popular da região, mas logo conquista o viajante, seja com suas casinhas de pedra e galerias de arte seja com o monte St. Michael.

    Espécie de versão em miniatura do icônico Mont Saint Michel, na Normandia francesa, este também tem um mosteiro no topo, e acesso que oscila com as marés.

    A ilhota, com abadia e jardins que parecem pender ao mar, foi doada aos monges beneditinos no começo do século 12. Chegou a servir como fortaleza e hoje é um museu, ligado ao continente por uma passarela de paralelepípedos.

    ARTE AO MAR

    Mais que a herança celta, presente em cruzes e diversos círculos de pedras à la Stonehenge, são os penhascos e rochedos moldados pelo mar que marcam a paisagem.

    Entre as surpresas intocadas, o vilarejo de Roche guarda a Roche Rock, uma inusitada capela esculpida no alto de uma pedra.

    No subsolo, o tour da Geevor Tin Mine (geevor.com; £ 12), em Penzance, visita uma mina que funcionou até 1990, com acompanhamento de entusiasmados guias -em sua maioria, antigos mineiros.

    Mas a atração "rochosa" mais impactante fica na baía de Porthcurno: o Minack Theatre (minack.com), anfiteatro para 750 pessoas ao ar livre, sobre penhascos debruçados de frente para o mar.

    Idealizado pela britânica Rowena Cade nos anos 1930, ele recebe visitas guiadas (a £ 4) e uma série de espetáculos, entre maio e setembro.

    E se o assunto é arte, St. Ives, cidade mais popular da região, é destino certo.

    Pelas ruelas sinuosas de paralelepípedos do centro histórico e dos arredores do "harbor", espalham-se galerias, o museu de cerâmica de Bernard Leach, o jardim de esculturas de Barbara Hepworth e, é claro, a Tate St. Ives (tate.org.uk) ).

    Filial do museu londrino, o lugar tem mostras temporárias, um louvável acervo de arte contemporânea e uma bela vista da cidade, a partir do café no topo do prédio.

    Também vale visitar o futurístico Eden Project (edenproject.com; £ 25), em Bodelva, que conta com "as maiores estufas do planeta" (três, com plantas do mundo todo) e diversas atividades lúdicas.

    PRAIAS

    Apesar das águas gélidas, a costa da Cornualha é palco de esportes náuticos como surfe e vela -há escolas das atividades em locais como Watergate Bay.

    Mas a cultura praieira é bem distinta da brasileira.

    Em muitas orlas, a geografia recortada por penhascos e a correnteza impede banhos de mar.

    Em outras, a faixa de areia longa permite caminhar entre rochedos, caso da bela The Strangles. Daymer Bay e Porthminster, famosas entre famílias por suas piscinas naturais.

    GASTRONOMIA

    Conhecida pelas empanadas Cornish pasty (de carne, batatas e nabo), a região tem renascido gastronômicamente pelas mãos de dois nomes.

    O famoso Jamie Oliver tem ali o programa Fifteen Cornwall, que ajuda jovens em situação de risco por meio da gastronomia.

    E o chef Rick Stein (rickstein.com), dono de dez restaurantes na região -quatro na cidadezinha de Padstow, sempre lotados.

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