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    Chile tem bar-bicicleta que oferece degustação de vinho próximo à capital

    TÂNIA NOGUEIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    30/07/2015 02h00

    Há uma revolução no Chile. Produtores de uvas e vinhos estão deixando o estilo blockbuster, de tintos feitos à imagem e semelhança de Bordeaux, na França, e buscando personalidade própria.

    Não poderia haver melhor momento para conhecer as bodegas do país. Tripa de terra ao longo da costa do Pacífico e limitada pelos Andes, o Chile tem vinhedos por toda parte, do Atacama à Patagônia.

    Grande parte dos viajantes, no entanto, chega ao país de avião por Santiago. E não é preciso se afastar da capital para fazer enoturismo.

    Santiago está nos limites do vale do Maipo, terra dos grandes cabernet sauvignon. Para ir a Santa Rita, por exemplo, é possível usar metrô e táxi, e chegar em meia hora. A novidade por lá é o Pedal Bar, um bar-bicicleta que roda pelos vinhedos -nele, oito pessoas sentadas em um carrinho vão pedalando lentamente enquanto degustam vinhos.

    Ainda nas redondezas de Santiago, está a Concha y Toro, maior produtora de vinhos do país, onde o turista pode provar taças de vários projetos do grupo, até dos ícones Almaviva e Don Melchor, dois grandes vinhos no estilo bordalês, o primeiro feito em parceria com o famoso château Baron Felipe de Rothschild.

    Se o interesse é pelos revolucionários, vá à De Martino para conhecer a fermentação em antigas ânforas (tinajas) de argila. Recuperação de uma antiga tradição da vinicultura chilena, o projeto incluiu a compra de ânforas antigas por todo o país, algumas com mais de 100 anos.

    TRADIÇÃO

    No vale de Colchagua encontra-se a tradição chilena de fazer vinhos. "Colchagua é a melhor fonte de enoturismo do Chile, com variedade de projetos de ótima estrutura" diz o crítico Patrício Tapia.

    São destaques na região a Casa Lapostolle, sua pequena pousada Relais & Châteaux, e a Viu Manent, que promove um tour de carruagem pelos vinhedos.

    Vale do Maule, a maior e mais antiga região vinícola, por muito tempo esquecida, conservou vinhas velhas de carignan e uva país. Lá, a bodega Gillmore tem pousada e spa com banhos e massagens à base de vinho e
    organiza degustações.

    *

    AS UVAS EMBLEMÁTICAS

    Cabernet sauvignon
    Casta de origem francesa usada na produção de alguns dos vinhos mais caros, muitas vezes em blends (misturas) com a merlot, como em Bordeaux, na França

    Carménère
    Chegou a ser dada como extinta até que, nos anos 1990, foi identificada no Chile. Hoje é considerada a uva-símbolo do país. Tem aromas de frutas vermelhas e toques vegetais

    Carignan
    Vinhos feitos a partir de vinhas velhas que estiveram por muito tempo nas mãos de agricultores pobres. Os vinhos têm uma fruta escura profunda e alcaçuz

    *

    AS BOAS PEDIDAS

    Huaso de Sauzal (El Viejo Almacén Sauzal)
    Feito da variedade pioneira no Chile, é um tinto de concentração mediana, com grande frescor e textura firme, aromas de especiarias e notas terrosas e florais
    QUANTO R$ 135
    ONDE Dominio Cassis (tel. 11/5183-2584)

    Tara Chardonnay (Viña Ventisquero)
    De tiragem limitada (não mais que 800 garrafas), é um chardonnay rico e untuoso, com frescor e salinidade
    QUANTO R$ 249
    ONDE Cantu (cantuimportadora.com.br )

    Old Vine Carignan Lot #40 (Garage Wine & Co)
    O projeto faz vinhos de alta qualidade e quantidades limitadas; este carignan, de vinhedos em Cauquenes, é rico, com aromas frutados e maciez
    QUANTO R$ 199
    ONDE Premium (premiumwines.com.br )

    *Todas as indicações de vinho foram dadas pela sommelière Gabriela Monteleone, da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers)

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