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    Rota menos lotada de turistas visita as raízes de Machu Picchu

    MARI CAMPOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO PERU

    06/08/2015 02h00

    Os incas eram mestres na confecção de trilhas. Sorte dos turistas de hoje, que encontram várias maneiras de chegar a Machu Picchu e explorar o sítio arqueológico.

    Os caminhos mais famosos são a Trilha Inca, com quatro dias de caminhada até o destino (hoje limitada a um máximo de 500 pessoas em rota, por questões de segurança e preservação), e os tours de um dia a partir de Cusco.

    Mas há outras opções (leia mais abaixo); uma das que tem ganhado destaque é ideal para fugir das multidões de turistas e conhecer mais de perto a cultura local.

    A chamada Ruta Lares, recém-adaptada pela agência Lares Adventure (laresadventure.com), permite ao viajante escolher o itinerário.

    A rota dura cinco dias e traz um alento aos sedentários: os deslocamentos mais longos são feitos em van, com a possibilidade de percorrer trechos em caminhada, trekking e de bike. O percurso custa US$ 400 (R$ 1.386) por dia.

    Deslocamentos, passeios, refeições, guias e acomodações estão incluídos. Os grupos são pequenos, geralmente de até 12 pessoas, mais uma dupla de guias.

    Para pernoitar, sempre em um vilarejo diferente, há à disposição chalés pequenos e confortáveis, com direito à jantar com entrada, prato principal e sobremesa, mais café da manhã. O almoço é mais simples, geralmente servidos em caixinhas.

    Principais pontos da Rota Lares

    Pelo caminho, é difícil encontrar outros turistas, e esta é a melhor parte: ter contato direto com moradores e crianças que mal falam espanhol, nas ruelas dos vilarejos e até em suas casas.

    Em Ollantaytambo, um clã abriu à reportagem a porta de suas casas de pedra com crânios de antepassados exibidos na parede. Na vila de Viacha, a comunidade local fazia sua cerimônia de agradecimento à Pachamama (a mãe Terra) antes da colheita.

    Em Lares, foi como se o grupo de turistas tivesse virado atração para os moradores, que pareciam desacostumados à presença de visitantes.

    Praticamente só é possível lembrar da existência de outros turistas no Museo Inkariy (museoinkariy.com), em Calca, sobre a história das civilizações pré-incaicas do Peru.

    Ao longo do caminho, há ainda o encontro com ruínas e sítios arqueológicos –o mais impressionante talvez seja Ankasmarka, cujos silos arredondados funcionavam como entreposto para armazenar alimentos.

    Tudo isso com o belo monte Verônica, a mais de 5.000 metros de altitude, à vista.

    Mas claro que a cereja do bolo vem ao final do percurso: Machu Picchu. O ideal é chegar cedinho ao local, logo após a abertura, ainda com pouquíssimos turistas.

    Ver a cidade inca encravada em um vale gigantesco, com o sol nascendo por trás de suas montanhas, é uma imagem inesquecível.

    OS CAMINHOS À CIDADE SAGRADA

    Para visitar o Vale Sagrado peruano, o trajeto mais utilizado pelos turistas é tomar o trem que vai de Cusco a Machu Picchu Pueblo (em Águas Calientes) e, de lá, pegar o ônibus que leva à entrada do sítio arqueológico. A viagem em trem dura cerca de quatro horas.

    Para explorar a região a pé, o trajeto mais famoso é a chamada Trilha Inca, que leva quatro dias.

    Existem outras rotas alternativas, com distintos níveis de dificuldade para chegar a Machu Picchu.

    Uma é a Salcantay, que tem como vedete o monte de mesmo nome, de mais de 6.000 metros de altitude. A rota tem duração de oito dias e dificuldade de média a alta.

    Quem tem menos tempo disponível pode optar pela trilha que tem duração de um dia, que começa na via férrea que leva a Machu Picchu (no quilômetro 104; a trilha longa parte do 82). É preciso fôlego para encarar três horas montanha acima.

    A rota Vilcabamba é a mais longa e leva, em geral, dez dias, atravessando mais de 95 km pelo vale. A trilha começa no vilarejo de Cachorae e apresenta dificuldade alta.

    Por último, a rota Chaski passa por grandes altitudes e tenta seguir os mesmos caminhos antigamente usados por mensageiros do império inca.

    A trilha termina em Ollantaytambo e segue de trem até Machu Picchu Pueblo. A duração é de três a cinco dias, com dificuldade média.

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