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    Crise não impede crescimento do turismo na Grécia em 2015

    DA REUTERS

    09/08/2015 02h00

    No aeroporto de Heathrow, em Londres, um viajante rumo à Grécia recebe a seguinte oferta da Aegan Airlines, principal companhia aérea grega: o voo está lotado, pegue um voo diferente e ganhe € 400 (cerca de R$ 1.500) e uma passagem grátis para qualquer lugar da Europa.

    Algumas horas depois, em Atenas, uma longa fila se move bem devagar na imigração enquanto funcionários sorridentes, mas atarefados gritam "Santorini", "Mitilene" e outros destinos gregos ensolarados, tentando guiar os turistas rapidamente entre as conexões.

    A Grécia, apesar de todo seu conflito econômico e político, está cheia de turistas.

    "Na TV, eles dizem que podemos vir, que não há problemas", diz Thibault Larhant, um turista da Normandia, na França, que estava descansando em um café ao ar livre na praça Sintagma, em Atenas, enquanto era refrescado por um ventilador soltando vapor d'água.

    "Nós viemos para visitar as ilhas, pelo lado rural", afirma, acrescentando que não teve problemas. Perto dali, outro turista vindo da França se senta no "Athens Happy Train", um veículo urbano com vagões, que leva os visitantes pelos principais pontos da capital da Grécia, como a Acrópole.

    "Meu amigo ama história e cultura", diz Christelle Fourdinier, de Perpignon.

    Os pontos históricos da Grécia e as ilhas badaladas pouco mudaram –do ponto de vista do turismo– com a crise econômica que levou ao fechamento dos bancos e ao país ficando muito próximo de deixar a zona do euro. Isso tudo levando em conta que o turismo representa um quinto da produção econômica grega -talvez mais ainda agora que a economia está encolhendo novamente.

    "O turismo é a nossa indústria pesada. Hoje é nossa principal fonte de receitas e também a principal fonte de emprego para muitos", disse Elena Kountora, ministra do Turismo, ao parlamento grego nesta semana.

    Ingrid Haack/Efe
    A crise grega não afetou o turismo no país, como a estação Syntagma
    Detalhe da estação Syntagma, na Grécia, onde a crise não tem afetado o turismo

    DANDO APOIO

    É difícil encontrar números exatos da chegada de turistas porque ainda está na alta temporada, mas há alguns sinais.

    A Aegan Airlines diz que o transporte de passageiros cresceu 19% em julho em comparação com o mesmo mês de 2014.

    O Ministério da Economia, enquanto isso, afirma que o número de turistas em 2015 será maior que o recorde estabelecido no ano passado, com quase 21 milhões. Algumas estimativas chegam a 25 milhões neste ano.

    "Se as informações que nós temos até agora estiverem corretas e continuarem mostrando essa tendência positiva, o turismo grego terá uma temporada positiva em 2015", diz Kountoura.

    Da fila para pegar as balsas no porto de Pireus às multidões assistindo à mudança da guarda no parlamento de Atenas, até mesmo pequenas evidências podem sugerir o momento de crescimento.

    Esse seria o impulso do qual a economia realmente precisa, embora um contraponto da crise no turismo doméstico seja que os gregos com pouco dinheiro fiquem em casa.

    Alguns lugares de pouco apelo com os estrangeiros estão em dificuldades. Mas há poucos sinais de hesitação entre os visitantes de outros países, sendo que muitos deles são beneficiados com o enfraquecimento do euro.

    Os visitantes estrangeiros não são diretamente afetados pela crise da dívida grega, da pobreza causada pelas medidas de austeridade, pelo desemprego que chega a 26% e pelo controle do capital imposto, que limita os gregos a € 60 em dinheiro por dia.

    Alguns, porém, estão cientes da crise e dizem que suas visitas estão ajudando a Grécia.

    Próxima da igreja ortodoxa de Kapnikarea, no distrito de Monastiraki, em Atenas, Claire Murray, de Lancashire, no Reino Unido, afirma que ela e o marido visitaram a Grécia duas vezes neste ano, em parte para dar apoio.

    "Nós gostamos daqui. É um lugar adorável", diz. "Por que não gastar nosso dinheiro aqui? Amamos essas pessoas."

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