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    Com a crise, temporada de cruzeiros será menor, mas com boas promoções

    JÚLIA GOUVEIA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    27/08/2015 02h00

    O primeiro cruzeiro da temporada brasileira de 2015 só zarpa no dia 5 de novembro, é verdade. Mas quem quer embarcar em um dos nove navios que vão circular neste verão deve ficar atento desde já.

    Diante de um quadro que combina dólar em disparada e crise econômica, as empresas têm apostado em promoções e facilidades de pagamento para fisgar até 600 mil passageiros (o balanço de 2014 ainda não foi fechado, mas deve registrar 615 mil turistas).

    Desde o dia 10, por exemplo, a MSC, companhia que trará o maior número de navios ao país (quatro, além de um com base na Argentina e rotas para o Brasil), congelou por tempo indeterminado o dólar em R$ 2,99 –na última terça (25), o dólar turismo fechou em R$ 3,81.

    Ainda com o câmbio fixo, o passageiro pode, na reserva, adquirir pacotes de bebidas ou passeios em terra. "São estratégias para driblar a retração que sentimos, de até 15% em relação a 2014", diz Adrian Ursilli, diretor da MSC.

    A Pullmantur aumentou o parcelamento dos pacotes de dez para 12 vezes e fez uma promoção, já encerrada, de cabines externas pelo preço de interna (normalmente, há diferença de até 30% nos valores).

    Na Costa, além de parcelar em dez vezes, passageiros encontram descontos de R$ 150 a R$ 1.100.

    A outra armadora que vem ao Brasil, a Royal Caribbean, também investiu em promoções: no primeiro semestre, ofereceu descontos de 30% nas tarifas e deu cortesia ao terceiro e quarto passageiros.

    "Estávamos cautelosos com a resposta do público, mas foi positiva", diz Ricardo Amaral, vice-presidente da empresa para a América Latina. "Apesar da crise, as pessoas querem viajar."

    Além de promoções, outra aposta para driblar "encalhes" é nos minicruzeiros, tendência que, em 2014, ajudou a aumentar o público na comparação com 2013.

    Neste ano, do total de 210 roteiros, cerca de 110 serão de até cinco noites. "Como têm duração menor, eles são mais econômicos", diz Orlando Palhares, gerente de produtos marítimos da CVC, agência responsável por 35% das vendas de cruzeiros no país.

    ENXUGAMENTO

    A crise econômica agravou um cenário que se repete pela quinta vez seguida no mercado do turismo náutico brasileiro: o enxugamento da temporada de cruzeiros.

    "Optamos por uma estrutura menor para não corrermos riscos em um período tão incerto", afirma Renê Hermann, diretor-geral da Costa.

    O litoral brasileiro chegou a ter, em 2010/11, 20 embarcações –neste ano serão nove. O total de passageiros, que já foi próximo de 800 mil cruzeiristas (2011/12), caiu 25% nos últimos cinco anos.

    "Não falta público, mas as empresas continuam a enfrentar problemas de infraestrutura, burocracia e altos custos portuários", afirma Marco Ferraz, presidente da Clia Abremar, associação do setor.

    *

    Mar à vista!

    RAIO-X DA TEMPORADA

    9 navios

    4 empresas (Costa, MSC, Pullmantur e Royal Caribbean)

    600 mil passageiros esperados

    210 viagens de 5/11 a 1º/5/2016

    Fonte: CLIA Abremar

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